Depois de acompanharem a situação de uma idosa de 74 anos, que ficou desesperada ao ver seu carrinho de recicláveis destruído sendo arrastado pela enxurrada em Itápolis (SP), na quinta-feira (30), moradores presentearam a coletora com o pagamento de contas e doação de cesta básica.
Além do carrinho, Maria Benedita da Silva Oliveira perdeu cerca de R$ 500 que havia acabado de sacar do banco. Moradores gravaram o momento em que o carrinho é arrastado pela enxurrada no centro da cidade.
Maria Benedita contou que tinha uma dívida de mais de R$ 1.000 em um supermercado, quitada pelos moradores que a ajudaram logo após o ocorrido. Eles também doaram cesta básica para ela.
Comovidos com a situação, os moradores resolveram “juntar forças” e ajudar a idosa com a arrecadação de dinheiro para o conserto do carrinho. Eles contaram que também conseguiram pagar uma conta de energia elétrica que estava atrasada havia três meses.
“Com a ajuda dos moradores, o carrinho será consertado nesta segunda-feira (3) para que eu volte a trabalhar na terça-feira (4). Eu agradeço por todos que me ajudaram e, mais que isso, a atenção que deram para mim”, comenta.
A idosa viu seu carrinho de recicláveis ficar destruído depois de ser arrastado pela enxurrada durante uma chuva forte em Itápolis. Segundo Maria Benedita, o carrinho aguentou apenas 40 minutos estacionado e que, com a força da água, foi levado rua abaixo e chegou a ficar enroscado em um carro.
Abalada com a perda do carrinho de recicláveis, ela disse que quis “se jogar” embaixo do veículo para tirar ele da chuva, mas moradores do bairro não deixaram. Foi somente com a baixa da água que o carrinho pôde ser removido, depois que um grupo de pessoas se mobilizou para retirá-lo.
“Quando vi ele tombando comecei a tremer. Eles não deixaram eu buscar o carrinho e eu fiquei sentada em frente até ver o último amassado nele”, diz.
Há cerca de quinze anos, Maria começou a coletar recicláveis para pagar as contas, sendo que nos primeiros anos os carregava nas costas.
Junto ao carrinho, Maria perdeu cerca de R$ 500 e roupas que estavam dentro. Ansiosa para o conserto, a idosa só consegue pensar no dia em que vai voltar a trabalhar, já que está há alguns dias parada em casa.
“Eu amo essa luta, adoro meu serviço, faço com amor. Quero voltar a trabalhar, foi um susto pensar que tinha perdido minha fonte de renda”, desabafa.
G1