A Justiça de Botucatu (SP) condenou a penas superiores a 50 anos de prisão quatro réus acusados de participarem do mega-assalto a bancos na cidade, no fim de julho de 2020. Todos os réus estão presos e cabe recurso.
A definição do julgamento que teve a audiência realizada no fim de novembro do ano passado aconteceu na última terça-feira (8), com a expedição de ofícios finalizada nesta segunda-feira (14).
De acordo com a sentença da juíza Licia Eburneo Izeppe Pena, da 2ª Vara Criminal de Botucatu, os irmãos Carlos Willian e Carlos Welington Marques de Jesus, Victor Santos Souza e Tiago Ciro Tadeu Faria, conhecido como “Gianechini”, foram condenados em primeira instância, sendo negado o direito ao recurso em liberdade. (veja abaixo todas as sentenças)
Carlos Willian Marques de Jesus: 65 anos, três meses e dez dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 111 dias-multa
Carlos Welington Marques de Jesus: de 56 anos, um mês e 26 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 88 dias-multa
Victor Santos Souza: 53 anos, dois meses e 15 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 83 dias-multa
Tiago Ciro Tadeu Faria: 53 anos, dois meses e dez dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 82 dias-multa
Na audiência de novembro do ano passado, realizada no fórum de Botucatu, foram 24 pessoas, entre réus, testemunhas e vítimas da ação. Segundo o Ministério Público, os quatro réus foram denunciados por 11 crimes.
Este é o segundo julgamento desse caso realizado na cidade. Em abril deste ano cinco pessoas já foram julgadas e condenadas por ajudarem na fuga dos criminosos.
Logo depois dessas primeiras condenações, a juíza Cristina Escher, que ficou à frente do caso por quase um ano, pediu para se afastar após receber ameaças de morte.
Além do julgamento que teve início nesta segunda-feira, outros réus em um inquérito que foi desmembrado da mesma investigação devem passar por audiência a partir desta quinta-feira (25).
O ataque
O assalto em Botucatu foi em julho de 2020 e durou cerca de três horas. Pelo menos 40 homens teriam participado da ação criminosa. Os bandidos fizeram moradores reféns e roubaram uma joalheria. A dona da loja acompanhou a ação dos criminosos ao vivo pelo celular.
A troca de tiros intensa foi ouvida de vários pontos da cidade e balas atingiram imóveis em uma das ruas usadas como rota de fuga do bando. Na tentativa de acalmar a população da cidade, um padre fez uma live durante os ataques e pediu proteção.
Dois policiais ficaram feridos durante o confronto na madrugada, mas receberam atendimento médico e passam bem. Imagens de circuito de segurança registraram o momento em que um deles foi atingido por tiros.
Pela manhã, em um novo tiroteio entre policiais e criminosos na Rodovia Marechal Rondon, um homem ficou ferido após ser baleado enquanto tentava fugir. Ele foi socorrido, mas chegou morto ao hospital. A família dele alegou que ele é inocente e não participava da quadrilha.
Desde o crime, várias pessoas foram presas suspeitas de participação no crime. Em fevereiro deste ano, policiais civis de São Paulo prenderam Carlos Wellington Marques de Jesus, apontado como um dos chefes do bando ao lado do irmão Carlos William Marques de Jesus, que foi preso no ano passado enquanto se preparava para fazer uma cirurgia na capital paulista.
Outro suspeito preso pela polícia foi identificado como Tiago Tadeu Faria, conhecido como Gianechini. A polícia informou que ele é um dos maiores criminosos de roubo a banco no Brasil e há indícios da participação dele em outros ataques semelhantes na região.
No último dia 29 de abril, foram presos mais três homens envolvidos na ação, mas um desses suspeitos foi morto em confronto com a PM em São Paulo. E em maio, outros dois suspeitos foram detidos.
G1