Do G1 - A Polícia Civil pediu à Justiça no fim da manhã desta terça-feira (19) a prisão preventiva do padrasto suspeito de deixar os enteados de quatro e sete anos com os rostos desfigurados após agressões em Jardinópolis (SP).

Deivid Alex dos Santos, de 21 anos (Foto acima), está desparecido desde quinta-feira (14), quando as crianças foram encontradas feridas pela tia de uma delas. Segundo a polícia, quem tiver informações sobre o suspeito pode acionar o Disque-Denúncia pelo 181 ou a Polícia Militar pelo 190.

O pedido está sob apreciação do Ministério Público. Ele vai responder pelo crime de tortura.

A mãe das crianças também é considera suspeita por ter sido omissa e não ter impedido as agressões. Na porta da delegacia na sexta-feira (15), quando o boletim de ocorrência do caso foi feito, ela disse que não sabia das agressões.

Após atendimento no Pronto-Socorro Municipal de Jardinópolis ao serem encontradas machucadas, as crianças foram encaminhadas ao Instituto Médico Legal (IML) de Ribeirão Preto (SP) na sexta-feira para exame de corpo de delito.

De acordo com o delegado André Baldochi, que atendeu a ocorrência, o laudo apontou que as lesões são de natureza leve, mas foram feitas por meio cruel.

Além disso, o documento diz que lesões antigas, como de queimaduras, foram encontradas nas crianças.

“Demonstrando que as agressões e tortura não foram fatos isolados”, informou o delegado em nota enviada ao g1.

Segundo a Polícia Civil, outras testemunhas estão serão ouvidas no inquérito.

Um boletim de ocorrência foi registrado na sexta-feira pela tia e pelo pai do garoto mais novo, de quatro anos. Eles relataram que tiveram conhecimento do caso na quinta, quando o menino foi encontrado ferido na casa da mãe. Depois, os dois também souberam que o irmão estava machucado.

Na porta da delegacia, Caroline de Menezes Lima, mãe das crianças, contou que ao chegar em casa do trabalho na madrugada percebeu os ferimentos e levou as crianças ao pronto-socorro. De acordo com ela, os vizinhos disseram ter ouvido o barulho de quando o companheiro dela agredia as crianças, mas o rapaz não estava mais na residência.

Avó paterna do menino de 7 anos, Andrea Correa diz que a mãe costuma bater nas crianças. "Ela batia nele mesmo, porque às vezes ele aparecia na minha casa todo machucado. Eu perguntava para ele e ele falava que caía, mas ela batia nele", afirma Andrea.