Do G1- Em meio à dor de perder a filha, Eliane Silva ainda reúne forças para encontrar explicações sobre o que de fato levou Jhakelyne Cristine Alves da Silva, de apenas 15 anos, a óbito no dia 28 de agosto, em Paraguaçu Paulista (SP).
O laudo médico presente no atestado de óbito da adolescente aponta que ela morreu asfixiada com o próprio vômito, mas os motivos que a fizeram passar mal ainda são um mistério para a família.
"Naquele dia, nós ficamos o dia todo juntos, ela só saiu de casa à tarde para dar um passeio no balneário com o namorado e familiares e, depois que retornaram, ela foi para a casa da sogra, onde passou mal. Só sei que ela saiu viva e não voltou", relembra a mãe.
No documento médico consta que Jhakelyne morreu por "asfixia mecânica devido a aspiração e inalação de conteúdo gástrico".
À polícia, o namorado da jovem contou que os dois haviam consumido drogas e que a jovem passou mal após ingerir uma bebida energética em uma tabacaria.
No entanto, a polícia aguarda o laudo necroscópico para saber a exata causa da morte dela, assim como Eliane, que, em meio ao sentimento de saudades, agarra as boas recordações e memórias ao lado da filha.
"Nós éramos grudadas. Ela não fazia nada sem me consultar, tudo falava e pedia minha opinião. Estávamos sempre conversando pelo celular. Além de tudo, era uma mulher trabalhadora. Me ajudava no trabalho como diarista trabalhando como babá. Era carinhosa, calma, muito educada, responsável. Sempre se dedicava para ser a melhor filha possível", diz Elaine.
Mãe de outros dois jovens, um menino de 18 anos e uma menina de 10 anos, Eliane, de 36 anos, sabe que Jhakelyne ainda teria uma vida inteira pela frente. Considerada sempre uma menina responsável, a adolescente já vislumbrava o próprio futuro, segundo a mãe.
"Ela sonhava em fazer curso de sobrancelha, abrir uma conta no banco, trabalhar registrada. Ela queria casar com esse namorado, nós até já íamos montar o enxoval dela", conta.
Apesar da confissão do uso de drogas por parte do namorado, Eliane não guarda mágoas ou ressentimentos. Mesmo com a desconfiança inicial, a relação do casal aproximou sogra e genro, bem como as famílias de ambos.
"A princípio, eu não o conhecia, mas meu marido conhecia o pai dele, pois já trabalharam juntos. Ele era uma pessoa muito educada, tratava nós todos como da família dele e eu o mesmo com ele, era uma relação muito boa. Ele fazia de tudo para ela. Nunca vi nada de errado ou mal nele", revela.
Embora a Polícia Civil de Paraguaçu Paulista tenha aberto um inquérito para apurar o caso, incluindo uma investigação sobre suspeita de overdose, somente o laudo médico poderá atestar a verdadeira causa do mal-estar.
"Segundo o laudo inicial, ela comeu algo que fez mal. Eu acredito nessa possibilidade. A certeza só teremos quando chegar o laudo definitivo. Mas eu acredito que tenha comido algo que a fez mal, porque ela gostava de comer muita besteira. Eu sei que minha filha não usava drogas e não bebia", diz a mãe.
Para Eliane, independentemente do que ficar atestado, nada irá trazer Jhakelyne de volta, nem apagar a vontade de tê-la protegido no último momento.
"Não merecia ter ido tão cedo, ainda mais longe de mim. Se pudesse voltar no tempo, eu tinha trancado ela em uma caixinha só para mim. Na hora que ela passou mal, eu teria feito o impossível por ela, mas ela não estava comigo", lamenta.
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