Do G1- Em audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (28), a Justiça converteu em prisão preventiva a prisão em flagrante de uma mulher, de 59 anos, suspeita de assassinar o próprio marido, enquanto ele dormia, em Tupi Paulista (SP).
O advogado Rogério Calazans Plazza, que atua na defesa da suspeita, informou à TV Fronteira que entrará com pedido de habeas-corpus no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) para que ela responda em liberdade.
O homem, também de 59 anos, foi encontrado morto, na madrugada desta terça-feira (27), deitado em sua cama. A esposa da vítima foi presa em flagrante e é a principal suspeita de ter cometido o crime. Inicialmente, ela negou o envolvimento no assassinato. Mas, posteriormente, segundo a Polícia Civil, a mulher confessou a autoria do homicídio.
Conforme as informações repassadas pela Polícia Militar, os agentes foram acionados para atender a uma ocorrência de homicídio. No local, fizeram contato com a esposa, que relatou que seu marido encontrava-se desacordado e com manchas de sangue no rosto e no quarto.
Dentro do cômodo, os policiais localizaram a vítima deitada sobre a cama com sangue e lesões no rosto e corte no pescoço, causado por “instrumento perfurocortante”. Ela estava com a jugular cortada e a têmpora afundada.
Ainda de acordo com a polícia, na residência estavam o filho da vítima, a esposa e a neta do casal, de oito anos, dormindo no quarto ao lado.
Ao ser questionado pela equipe o que havia acontecido, o filho do casal disse que, após jantar, foi dormir por volta das 21h e seu pai foi tomar banho. Ele ainda relatou não ter ouvido nada, pois estava dormindo.
A esposa da vítima relatou à polícia que, por volta da 1h, foi até a farmácia com o veículo do casal para comprar remédios. Quando saiu da casa, ela teria deixado a porta da cozinha somente encostada e o portão da garagem aberto.
A mulher ainda contou que, assim que retornou para casa, ao abrir a porta do quarto, se deparou com seu esposo todo ensanguentado, tentou chamá-lo, porém, não respondia. Após avistá-lo, saiu novamente com o carro e foi pedir ajuda na casa de uma conhecida, momento em que a Polícia Militar foi acionada.
Em busca domiciliar, a arma do crime não foi localizada.
Durante os trabalhos periciais, foi constatado na vítima um profundo corte no pescoço do lado esquerdo, um pequeno corte na altura do olho esquerdo, dois grandes cortes na cabeça do lado direito, na altura da fonte, e um corte na testa.
Após a perícia, o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), em Dracena (SP).
Pesquisa "como matar"
Diante dos fatos, as partes foram encaminhadas ao Plantão de Polícia Judiciária, onde foram constatadas pesquisas no aparelho celular da esposa, suposta autora do crime, sobre como eliminar uma pessoa cortando a jugular e batendo na cabeça.
Diante do indício de autoria, a esposa da vítima acabou confessando o crime.
A mulher informou à polícia que teria usado uma marreta e uma faca para matar o esposo. Ela ainda disse que colocou os objetivos usados no crime em uma caixa de papelão, pegou seu veículo e dirigiu até a Rodovia da Integração. Chegando à via, ela descartou as peças na beira da estrada, no sentido Andradina (SP)–Tupi Paulista.
Os policias civis estiveram no local indicado pela suspeita e apreenderam a caixa de papelão e um par de luvas com vestígios de sangue. A marreta e a faca, que também teriam sido utilizadas no crime, não foram localizadas.
A polícia ainda apreendeu um carro, um celular e peças de roupas.
O prazo para conclusão do inquérito policial é de 10 dias, onde serão acrescentados os laudos periciais solicitados e o laudo necroscópico da vítima.
A mulher foi presa em flagrante por homicídio doloso duplamente qualificado, por utilizar meio cruel e ainda por impossibilitar a defesa da vítima, já que o homem estava dormindo quando foi assassinado.
Foto: Polícia Civil