Do G1- Em depoimento à Polícia Civil, o jovem de 18 anos que confessou a morte do bancário Rodrigo Gasparoti, de 37 anos, em Nuporanga (SP), disse que atraiu a vítima para um encontro sexual com a intenção de roubar o carro dele. Segundo consta no termo de interrogatório, Welton Fernando Siqueira Junior planejou o roubo cerca de uma semana antes e já cogitava o homicídio para ficar com o veículo.
Welton teve a prisão temporária decretada pela Justiça na terça-feira (6) pelos crimes de latrocínio - roubo seguido de morte – e ocultação de cadáver. Recentemente, ele havia deixado uma unidade da Fundação Casa por envolvimento com tráfico de drogas.
Ainda em depoimento, ele admitiu à polícia que jogou o corpo de Rodrigo no Rio Sapucaí após agredi-lo até a morte dentro do carro.
Depois de matar Rodrigo, o jovem buscou ajuda de um amigo para dirigir o veículo com a vítima no porta-malas até uma ponte na divisa de Nuporanga com São José da Bela Vista (SP), local onde se livraram do corpo.
O comparsa do crime, de 29 anos, também foi preso, mas negou participação no homicídio, conforme consta no termo de interrogatório. Ele deve responder por ocultação de cadáver.
O g1 não localizou as defesas dos dois suspeitos até a publicação desta matéria.
Falso encontro
Segundo o depoimento, Welton contou que recebeu um “oi” de Rodrigo por meio de uma mensagem enviada em uma rede social no dia 27 de novembro, mas não retornou por saber que o bancário era homossexual.
Um dia depois, o jovem se deparou com Rodrigo em um bar e ficou interessado no carro dele, modelo Honda Civic. Ele começou a planejar o roubo sem descartar a possibilidade de matá-lo para alcançar o objetivo.
No domingo (4), Welton mandou uma mensagem para o bancário para combinar um encontro sexual. De acordo com o jovem, Rodrigo o apanhou por volta das 20h perto de uma represa na entrada de Nuporanga e os dois seguiram no carro até um canavial na zona rural, onde deveriam manter relações sexuais. No local, a vítima passou a ser agredida.
“Comecei a dar soco nele e já grudei ele num mata leão, aí ele apagou e na hora que ele apagou e eu continuei batendo nele, dando soco na cara dele para ter certeza que ele estava morto. Até então eu não tinha certeza não, mas aí ele parou de respirar, aí eu vi que ele estava morto (...) Eu ia queimar o corpo, mas não tinha álcool, queria tirar minha digital do corpo dele. Aí então eu pensei que como não dava pra queimar, eu podia jogar no rio”, declarou Welton, com frieza, à polícia.
Tentativa de vender o carro
O jovem disse que não sabe dirigir e que caminhou a pé até Nuporanga para pedir ajuda do amigo Wilian Sérgio da Costa Ferreira, de 29 anos, para que o ajudasse com a venda do carro.
Segundo o depoimento de Wilian à polícia, os dois retornaram a pé até o canavial. Durante o trajeto, Welton contou que tinha matado Rodrigo para roubar o carro dele. Ao chegarem ao veículo, o jovem colocou o corpo do bancário no porta-malas, e a dupla seguiu até a ponte sobre o Rio Sapucaí.
De acordo com o relato de Wilian, o jovem tirou o corpo de Rodrigo do carro, colocou-o no chão e empurrou-o com o pé para as águas.
Depois disso, a dupla percorreu cidades da região no carro, como Ribeirão Preto, Batatais e Sertãozinho, com o objetivo de vendê-lo. Wilian contou que dirigiu o carro, enquanto Welton tentava contatos nos municípios. Como não conseguiram encontrar interessados, eles voltaram a Nuporanga e abandonaram o automóvel em uma fazenda.
Frieza
No dia seguinte, Welton ainda voltou com Wilian ao local onde estava o veículo com a intenção de limpar vestígios de impressões digitais. Antes, Wilian foi trabalhar normalmente. O jovem de 18 anos ainda contou à polícia que retirou o kit multimídia do veículo porque após matar Rodrigo, viu que a família de Rodrigo estava ligando.
A carteira da vítima e outros pertences foram achados pela polícia após Welton declarar onde havia jogado os itens para despistar os investigadores.
O carro foi localizado pela polícia na terça-feira.
Buscas pelo corpo
Desde terça-feira, bombeiros de Franca (SP) trabalham nas buscas pelo corpo do bancário.
Como chove na região há vários dias, o volume do Rio Sapucaí está alto, o que prejudica o encontro.
Nesta quarta-feira (7), os trabalhos foram retomados por volta das 7h, mas Rodrigo seguia desaparecido até a publicação desta matéria.
Imagem: O bancário Rodrigo Gasparoti foi morto durante roubo de carro em Nuporanga — Foto: Divulgação/Redes sociais