A Polícia Federal prendeu 69 pessoas, dentre elas 29 policiais, até o início da tarde desta quinta-feira, em uma operação contra o contrabando de cigarros e veículos usados na fronteira do Paraná com o Paraguai. A operação Láparos busca cumprir 108 mandados de prisão, sendo 43 contra policiais, e 150 de busca e apreensão em vários municípios do Paraná, principalmente na região de Guaíra, oeste do Estado, além de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Com auxílio do Ministério Público do Paraná, a Polícia Federal vem investigando o esquema há 14 meses. Os indícios são de facilitação, por parte dos policiais, do contrabando de carros, que seriam empregados no transporte de cigarros. Durante a operação, houve apreensão de 3 milhões de pacotes de cigarros, 6,5 t de agrotóxicos contrabandeados do Paraguai, 19 caminhões, 76 veículos e 13 embarcações.
Os policiais também são acusados de informar as quadrlihas sobre operações policiais contra a importação ilegal. Segundo as investigações, havia cobrança de propina para liberar a entrada de produtos contrabandeados no País. O superintendente da PF no Paraná, José Alberto Iegas, disse que a participação de agentes públicos em crimes na região de fronteira é uma prática comum. "Muitos deles faziam a apreensão mas, ao invés de levar os infratores e as mercadorias às delegacias, extorquiam, desviavam as cargas, ou recebiam dinheiro para liberar os criminosos", disse. As prisões ocorreram em 39 cidades diferentes do Paraná.
Em nota, o Departamento da Polícia Civil do Paraná informou que as investigações são acompanhadas pela Corregedoria do órgão, que repudia o desvio de conduta e que todos serão punidos com rigor. A Polícia Militar também emitiu nota, diznedo que concorda com as medidas da Polícia Federal e que "vê com tristeza o envolvimento de integrantes da instituição com ilícitos e desvios de conduta".