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Itápolis e outras cidades citrícolas da região perdem 17 mil empregos neste ano
27/08/2012 14:00 em Notícias Itápolis

 

 
O município registrou mais demissões do que contratações, com saldo negativo de 453 vagas neste ano, ante o saldo positivo de 2.586 no ano passado.
 
Cidades citrícolas do interior paulista empregaram nos sete primeiros meses deste ano 17 mil trabalhadores a menos do que no mesmo período do ano passado. Como reflexo da crise vivida pelo setor devido à supersafra dos dois últimos anos, Araraquara, Bebedouro, Matão, Monte Azul Paulista, Itápolis e Tabatinga geraram 2.603 empregos no setor agropecuário neste ano, ante 19.915 de janeiro a julho do ano passado, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.
A maior parte da queda é atribuída a Bebedouro. Apesar de ser a cidade do interior que mais gerou vagas em julho --3.746--, na agropecuária o total de empregos criados no acumulado do ano caiu de 9.024 para 1.812 --7.212 a menos no comparativo.
 
Há inclusive casos de cidades que registram mais demissões do que contratações, como Itápolis, com saldo negativo de 453 vagas neste ano, ante o saldo positivo de 2.586 no ano passado.
 
Na avaliação de Marco Antônio dos Santos, presidente da câmara setorial de citricultura do Ministério da Agricultura, a queda de empregos se deve à crise da laranja.
 
"Houve contratação para cumprir acordos firmados no ano passado e devem ser feitas mais algumas para a colheita de outras variedades de laranja, mas num nível bem menor. Um grupo de 25 produtores contratou 1.200 trabalhadores em 2011. Neste ano, foram oferecidas só 250 vagas."
 
A crise ocorre porque a previsão da CitrusBR (representante das grandes indústrias brasileiras) aponta sobra de 83 milhões de caixas (de 40,8 kg cada) da fruta neste ano. Do total, 15 milhões de caixas já se perderam, segundo os produtores.
 
Santos disse que outras 35 milhões de caixas de laranja devem ser desperdiçadas até setembro porque, com estoque alto, devido à safra recorde de 2011, não há procura pelas frutas. O prejuízo pode atingir R$ 500 milhões.
 
"Os produtores não estão conseguindo vender laranja por preço nenhum. Isso tem grande reflexo nas cidades movimentadas pela laranja."
 
TROCA DA LARANJA POR CANA
 
Presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, José Osvaldo Junqueira Franco atribui a menor geração de empregos principalmente a pequenos e médios produtores, que já cogitam inclusive mudar de cultura, passando a investir em cana, soja ou milho.
 
Junqueira Franco e Frauzo Ruiz Sanches, presidente do Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga, aguardam a medida anunciada pelo governador Geraldo Alckmin --compra de parte do suco para a merenda escolar.
 
A Secretaria de Estado da Agricultura informou que a medida está em fase de estudo pelo governo.
 
Fonte Folha de São Paulo
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