Keila (Sharon Menezes) é a arma secreta da novela: perua tapirana, ela faz boa dupla com Kléber (Marcello Novaes)
Embora não tenha mudado a espinha dorsal de sua trama os autores Marcos Bernstein e Carlos Gregório trataram de incrementar as cenas de humor e sensualidade em Além do Horizonte (Globo, 19h30).Com uma proposta bem diferente do modelo de comédia romântica a que o público se acostumou ver na TV e, ainda, tentando uma identificação com seriados americanos, a novela patina no Ibope desde a estreia, em 4 de novembro – dos modestos 21 pontos do primeiro capítulo restam agora preocupantes 16.
Mas, como o diretor Ricardo Waddington disse a QUANTO DRAMA!, esse é o preço da ousadia. A questão é que uma história de mistério não pode ser radicalmente alterada – nem seria esse o caso, segundo o diretor. Por isso, enquanto a trama envolvendo a tal “comunidade alternativa para onde vão os que buscam a felicidade” diz a que veio – e é preciso um certo tempo para que o público absorva a ideia –, os autores apimentam as beldades tapiranas e ampliam o espaço dos personagens cômicos. Nesse sentido, Keila (Sharon Menezes) e Nilson (JP Rufino) se tornaram, digamos, armas secretas.
Sharon faz boa dupla com Marcello Novaes (Kleber), mais uma vez num personagem que é dominado pela mulher, mas agora um bandido mais competente que o Max de Avenida Brasil.Perua ribeirinha, Keila fecha os olhos para os negócios suspeitos do marido, mas gosta de bancar a detetive quando desconfia de uma traição – é a esperteza seletiva. Nos últimos tempos, a personagem vem aparecendo como “mulher fogosa que ama o marido” e “esposa brava que arma barraco com supostas periguetes”.
Em outra frente que também ganha espaço, entre tantos jovens atores, o destaque da novela é o pequeno JP Rufino, que costura os núcleos da cidade de Tapiré como o precoce Nilson. Identificado pelo público como uma fofura, ele aparece tanto quanto os personagens principais, sempre aprontando alguma confusão. Da mesma forma que as cenas quentes de Keila, o menino vive situações típicas de uma novela das 7 – é, sem dúvida, uma tentativa de tornar Além do Horizonte mais palatável. Enquanto isso, a pergunta fica no ar: “Qual o objetivo da tal comunidade?”
(Veja)