O PMDB decidiu nesta terça-feira (10), em convenção nacional, apoiar a candidatura da presidente Dilma Rousseff na eleição de outubro, reeditando a chapa que tem Michel Temer como vice-presidente da República. Foram 398 votos a favor (59,13%), 275 contrários (40,87%) e 64 votos brancos, nulos e ausentes, segundo a assessoria do PMDB.
Na convenção de 2010, a votação registrou 84,85% de votos favoráveis à escolha de Temer como vice de Dilma; na época, parte do partido cogitava lançar candidaturas próprias, alternativa que obteve 15% dos votos.
Ao discursar após a divulgação do resultado, Temer afirmou que "o placar foi ótimo, na medida certa". "Eu até disse que não há vencedores nem perdedores. O que se tem é uma coisa certa, que nós precisamos trabalhar", afirmou.
Dilma, por sua vez, agradeceu ao PMDB pelo apoio e elogiou o vice pela articulação dentro do partido aliado. O papel do Temer nesse processo foi inestimável. Ele articulou consensos em todas as circunstâncias. Eu acredito que ele sabe aproximar as pessoas, ele sabe unir e desarmar os espíritos", disse a presidente.
Ao comentar sobre os votos contrários à aliança com o PT, Temer ponderou que é normal haver divergência em processos de discussão.
"Vocês sabem que ao longo do tempo nós sempre tivemos democraticamente as mais variadas divergências dentro do partido e sempre obtivemos a unidade. A unidade [está] na ação daquele PMDB que quer trazer o maior número de deputados federais para a Câmara, o maior número de senadores e de governadores", disse.
Temer disse ainda que o PMDB terá uma presença "ativa" em um eventual segundo mandato de Dilma. A falta de participação do partido na tomada de decisão do Executivo é uma das reclamações do setor dissidente da sigla.
"Não seremos apenas aliados, seremos o próprio governo, já que estarei no governo. [...] Temos que continuar reunidos para continuar a fazer o PMDB o maior partido do Brasil", afirmou.
Antes da apuração dos votos, Temer havia dito que, confirmada, a aliança com o PT "abre portas para que um dia o PMDB ocupe todos os espaços políticos desse país para o bem dos brasileiros".
O grupo dissidente alega que o governo Dilma não incluiu o PMDB nas decisões de governo e critica a postura do PT de priorizar candidaturas próprias nos estados, em vez de formar coligações em algumas regiões com candidatos peemedebistas.
Antes apuração dos votos, o presidente interino do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse perceber que o partido está "mobilizado e entusiasmado para reeditar a chapa Temer-Dilma".
Raupp apresentou as propostas da sigla para um eventual segundo mandato da presidente, entre elas a reforma política, escola integral até a conclusão do ensino médio, utilização de 10% das receitas correntes brutas da união para a saúde e melhoria na infraestrutura logística para escoar mercadorias.
G1