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Vereador suspeito de liderar tráfico de drogas é preso pela terceira vez
08/07/2014 09:06 em Notícias Policias
A Polícia Civil de Araraquara (SP) prendeu, na manhã desta segunda-feira (7), o vereador de Bocaina (SP) Fabiano Romão (PHS), suspeito dos crimes de tráfico de drogas e associação criminosa na região. É a terceira vez que o político é detido desde janeiro do ano passado. A primeira ação foi realizada pela Polícia Federal e as duas seguintes pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Araraquara. Romão é apontado como um dos mentores de uma quadrilha que vem sendo desarticulada pela polícia. O departamento jurídico da Câmara Municipal de Bocaina informou que espera ser notificado pela Justiça para decidir o futuro do vereador.  O G1 não conseguiu contato com o advogado dele.
 
Policiais da DIG cumpriram o mandado de prisão preventiva por volta das 11h. Romão foi surpreendido em casa, onde havia outras quatro pessoas, no bairro Xerxes Barbelotti. "Quando entramos ele estava saindo do banheiro, acabado de tomar banho. Foi informado do teor do mandado e concordou em nos acompanhar sem esboçar nenhuma reação. Foi tranquilo", contou o delegado Fernando Bravo.
O delegado explicou que o inquérito no qual o vereador vinha sendo investigado chegou ao fim. A Justiça acatou a representação da polícia e a denúncia do Ministério Público que pediam a prisão de Romão.
 
Segunda prisão
Em 20 de maio, o representante do Legislativo foi preso em casa junto com outras quatro pessoas em uma operação da DIG. Na ocasião, ele tentou fugir, mas foi capturado pela Polícia Civil.
 
Um dos suspeitos foi surpreendido em um motel na Rodovia Washington Luís (SP-310), em Pindorama (SP). Segundo a polícia, ele seria o responsável pela entrega das drogas, que eram trazidas de Ponta Porã, no Paraná. Com ele, foram apreendidos 15 quilos de cocaína e crack que estavam escondidos no assoalho falso de um carro.
 
Dias depois, entretanto, ele foi solto e até esta segunda-feira respondia ao processo em liberdade. "Não tivemos acesso à decisão judicial que o soltou. Mas continuamos nosso inquérito policial, juntamos as provas que tínhamos contra ele e, no final do inquérito, nós representamos pela prisão preventiva dele pelos mesmos crimes", ressaltou Bravo.
 
"Nossa investigação mostrou que o vereador é um dos mentores da quadrilha. A droga era trazida a mando dele, que provavelmente iria comercializá-la depois", informou o delegado.
 
Romão realizou exame de corpo de delito à tarde no Instituto Médico Legal (IML) e depois foi encaminhado à Penitenciária de Araraquara, onde aguardará julgamento.
 
Primeira prisão
O trabalho da DIG que provocou as duas prisões de Romão é independente ao da PF, que o deteve pela primeira vez, no dia 21 de janeiro de 2013. Ele estava em um canavial onde um avião faria a entrega de drogas e armas vindas do Paraguai. A aeronave desceria em um campo de pouso utilizado por aviões agrícolas. No local, três homens aguardavam as armas e drogas. A PF montou um cerco ao lado da pista no meio de um canavial, mas, segundo o delegado Alexandre Braga, o avião da FAB estava muito perto e os integrantes da quadrilha que estavam em terra deram o sinal para o piloto não pousar.
 
O avião suspeito retornou ao país de origem e foi seguido pela FAB até entrar no espaço aéreo do Paraguai. Um homem de 26 anos, suspeito de integrar o grupo que receberia as drogas e armas vindas do Paraguai, morreu após trocar tiros com a PF.  A polícia apreendeu um revólver calibre 38, uma pistola, munição, um rádio de comunicação e dois veículos.
 
Em junho de 2013, o vereador de Bocaina conseguiu o direito de responder ao processo de tráfico internacional em liberdade e reassumiu as funções na Câmara Municipal.
 
Câmara Municipal
 
O assessor jurídico do Poder Legislativo de Bocaina, Helcius Aroni Zeber, disse ao G1 que desconhecia a prisão de Romão nesta segunda-feira. "Assim como ocorreu em maio, soubemos primeiro pela imprensa. Vamos enviar ofícios à DIG e à Vara Criminal de Araraquara para confirmar se é mesmo referente a ele (Romão)", disse.
 
Zeber informou ainda que, caso a informação oficial seja confirmada, irá comunicar o fato à Justiça Eleitoral. "Vendo que é uma situação com prazo indeterminado, vamos pedir ao Cartório Eleitoral a substituição por um eventual suplente. Temos poucos vereadores e, confirmada essa situação, ele ficaria afastado até uma próxima decisão da Justiça", concluiu.
 
G1
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