Os passageiros da van que capotou na Rodovia Washington Luís (SP-310) nesta segunda-feira (14), em Araraquara, não usavam cinto de segurança, segundo relatou uma parente de dois sobreviventes. O acidente, que pode ter sido causado por uma falha mecânica, deixou sete pessoas mortas e outras sete feridas. Os ocupantes eram pacientes (9) e acompanhantes (4) que saíram de Taquaritinga para fazer hemodiálise em Araraquara. Os corpos das vítimas foram liberados pela funerária no fim da tarde para a cidade de origem. Os enterros serão nesta terça-feira (15).

 

O acidente aconteceu no km 284, em um trecho de reta da pista sentido capital, a um quilômetro da praça de pedágio de Araraquara. O motorista da van, João Batista da Cruz, perdeu o controle da direção, subiu na defesa metálica, bateu em uma placa de sinalização e capotou. “Fui ultrapassar o caminhão e hora que fui alinhar a direção travou. Até o presente momento a van não tinha problema. Eu não trabalhava com esse veículo, mas tenho todos os cursos para trabalhar com ele, trabalho há 18 anos como motorista da Prefeitura”, afirmou Cruz, que teve apenas ferimentos leves.

 

Sem cinto de segurança

A mãe e o irmão da vendedora Michele Cristiane Batista dos Santos estavam na van e ficaram feridos. “O meu irmão falou que todos estavam sem cinto e foram todos lançados para fora da van. Minha mãe ficou presa nas ferragens. Infelizmente foi uma tragédia”, lamentou. A Polícia Rodoviária não soube confirmar a informação do uso do cinto.

 

Cruz ainda disse que ele e o companheiro que morreu no acidente usavam o cinto de segurança, mas não soube dizer se os passageiros usavam, apesar de serem orientados. “Atrás 90% [dos passageiros] não vão colocar [o cinto], mesmo falando, só dois ou três colocam”, disse.

A secretária de Saúde de Taquaritinga, Fátima Caetano, que esteve em Araraquara, disse que a manutenção do veículo é feita pelos serviços municipais e, quando necessário, a van é enviada a serviços terceirizados. "Em relação ao que aconteceu, é melhor aguardarmos a perícia, quando teremos maiores resultados", afirmou.

 

Vítimas

O veículo, que pertence à Secretaria Municipal de Saúde de Taquaritinga, transportava nove pacientes, com idades entre 24 e 74 anos, que fariam sessão de hemodiálise em Araraquara, cidade que fica a 64 quilômetros de distância. Outras quatro pessoas eram acompanhantes.

Com o motorista, havia 14 pessoas na van e sete morreram, todos pacientes. Veja abaixo os nomes e idades das vítimas:

 

Homens

Luís Fernando Araújo, 29 anos.

Jeferson Pitter Maicom da Silva, 26 anos.

Renato Luís da Silva, 25 anos.

 

Mulheres

Aparecida Teixeira Capodálio, 57 anos.

Nair Gonçalves, 66 anos.

Maria Alves Teodoro, 76 anos.

Docilina da Silva Mattos Monfre, 51 anos.

 

Seis pessoas morreram na hora e Renato Luís da Silva, não resisitiu após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central. Ele fazia tratamento em Araraquara há mais de um ano e, segundo a mãe, teria manifestado vontade em não viajar nesta segunda-feira.

Feridos

Entre os sete que ficaram feridos, três permanecem hospitalizados, dois em estado grave. Aparecido Teixeira Capodálio, de 61 anos, que seguia como acompanhante, está internado na Santa Casa de Araraquara. A esposa dele, Aparecida Teixeira, era uma das pacientes que morreu no acidente. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, ele sofreu muitas escoriações, está com um dreno no tórax e passa por uma bateria de exames à tarde.

 

Outro passageiro, um homem de 53 anos, está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de Matão. De acordo com o hospital, ele também está em estado grave e respira por aparelhos.

Outra acompanhante, uma mulher de 34 anos, foi levada à Santa Casa de Matão (SP), de onde foi  transferida foi para um hospital de Taquaritinga. Ela sofreu fraturas e terá que ser submetida a uma cirurgia, mas não corre risco de morte, segundo a Santa Casa de Matão.

Luto oficial

A Prefeitura de Taquaritinga (SP) decretou luto oficial de três dias por causa do acidente. Pelo decreto, nos departamentos em que houver hasteamento de bandeiras, elas serão mantidas a meio mastro.

 

G1