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Tablet pode provocar alergias na pele devido ao níquel, afirmam médicos
Ciência e Saúde
Publicado em 16/07/2014

Um tablet provocou uma urticária em um garoto de 11 anos atendido recentemente em um hospital de San Diego, nos Estados Unidos, de acordo com um artigo publicado na revista "Pediatrics" desta segunda-feira (14).
 
Casos de alergias inexplicadas podem estar relacionados ao uso desse tipo de equipamento porque ele pode conter níquel, um dos metais que mais provocam alergia.
 
Recentes relatos em revistas médicas detalham alergias ao níquel contido em uma variedade de dispositivos eletrônicos pessoais, incluindo laptops e celulares.
 
As coceiras provocadas pelo níquel não trazem grandes riscos para a saúde, mas podem ser muito desconfortáveis e exigir tratamento com esteróides e antibióticos se as erupções na pele infeccionarem, de acordo com Sharon Jacob, dermatologista do Rady Children's Hospital, onde o garoto foi atendido. Sharon, que é coautora do artigo, diz que o jovem paciente teve que faltar da escola por causa da urticária.
 
O garoto já tinha um problema comum de pele que provoca manchas escamosas, mas desenvolveu uma coceira diferente por todo o corpo que não respondia ao tratamento tradicional. Testes mostraram que ele tinha uma alergia a níquel, e os médicos identificaram que a origem do problema era o tablet de sua família, comprado em 2010.
 
Os médicos, então, testaram o tablet, um iPad, e detectaram que havia níquel no revestimento exterior do aparelho. "Ele usava diariamente", diz Sharon. O garoto melhorou depois de colocar uma capa protetora no equipamento.
 
Produtos seguem padrões de qualidade
 
Não está claro se todos os modelos de iPad e outros dispositivos da Apple também contêm níquel.
 
O porta-voz da Apple, Chris Gaither, disse que os produtos da companhia "são feitos com materiais da mais alta qualidade e seguem os mesmos padrões rígidos estabelecidos para jóias tanto pela Comissão de Segurança de Produtos do Consumidor dos Estados Unidos e seus correspondentes na Europa".
 
"Descobrimos que alergias como a reportada neste caso são extremamente raras", afirmou em uma declaração enviada por e-mail.
 
A porta-voz da Microsoft, Ryan Bartholomew, não quis comentar se os equipamentos da companhia contêm níquel. Amy Storey, porta-voz da organização Wireless Association CTIA, que representa a indústria de comunicações wireless, diz que o níquel não é amplamente usado nos revestimentos externos dos produtos do setor porque o metal pode bloquear sinais de radiofrequência. Ela disse que não sabe quais fabricantes o utilizam.
 
Pessoas com alergias a níquel estão sujeitas a coceiras a partir do uso de equipamentos que contém o metal. De acordo com uma recomendação sobre celulares feita pelo Nickel Institute, uma associação global baseada em Toronto que representa os produtores de níquel, o risco vem do contato com as superfícies externas banhadas a níquel "por um período prolongado".
 
Coceiras provocadas pelo níquel também já foram relacionadas a outros produtos comuns, como jóias e bijuterias, armações de óculos e zíperes.
 
Jacob observa que as evidências sugerem que a alergia a níquel está se tornando mais comum, ou está sendo mais identificada com mais frequência. Um dado nacional dos Estados Unidos mostra que atualmente 25% das crianças testadas para alergias têm alergia a níquel, contra apenas 17% há uma década.
 
G1
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