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Falsa loja virtual faturou R$ 3 milhões em golpes, diz Polícia Civil em Franca
22/10/2014 10:11 em Notícias Policias
A Polícia Civil de Franca (SP) identificou um suspeito que teria aplicado golpes estimados em R$ 3 milhões. Segundo a investigação, o homem mantinha um falso site de venda de produtos eletrônicos para enganar as vítimas. De acordo com um dos consumidores lesados, o suposto estelionatário mantinha até funcionários para atender telefonemas no endereço descrito no site, a fim de evitar suspeitas.
A empresa com escritório em Brazlândia (DF) teria feito vítimas em sete estados. A polícia vai pedir a prisão do suspeito.
A investigação teve início em junho deste ano após um morador de Franca comprar um videogame pelo site. A oferta de 20% de desconto no preço atraiu a vítima, que prefere não se identificar. O rapaz conta que adquiriu o eletrônico depois de efetuar várias pesquisas sobre a loja virtual. “Parecia ser um site confiável.  Eu não tinha a menor desconfiança de que seria um golpe. Tanto é que eu pesquisei, procurei me informar a respeito do site para ver se era idôneo ou não. Tinha CNPJ, telefone, tinha uma pessoa que atendia também”, diz.
 
Após se certificar, o consumidor pagou o boleto de R$ 1.099 pelo aparelho. Ele afirma que após o pagamento, recebeu da empresa um comprovante com o código para que a mercadoria fosse rastreada pelo correio. Com a demora na entrega, o rapaz procurou uma agência e descobriu que a sequência era falsa. “Depois de ser enrolado uns 20 dias pela empresa eu percebi que tinha sido vítima de um golpe. Procurei o Procon, que notificou eles com uma carta, mas o endereço não era o da empresa. Logo eles tiraram o site do ar e eu não tive mais nenhuma informação a respeito deles”, afirma.
Segundo a Polícia Civil, a partir dos dados fornecidos pela vítima em Franca, foi possível identificar o suspeito. “Consultando pela internet, conseguimos concluir que havia outras vítimas em outros estados, totalizando sete estados, além de outras cidades do interior de São Paulo, como Ourinhos e São José do Rio Pardo”, afirma o investigador Reginaldo Calil.
 
De acordo com o investigador, dificilmente o consumidor desconfiaria da ação, já que a documentação da empresa não levantava suspeitas. “As vítimas relataram que consultaram o site na internet e que ele oferecia um preço não tão menor, mas de 20% a menos do que os preços que estavam no mercado. Consultaram também toda a ficha cadastral do site e do CNPJ e viram que estava ativo desde 2007. Eles não levantavam nenhuma dúvida em relação à pessoa, fato que dava toda credibilidade de aquisição dos objetos.”
De acordo com o investigador, a falsa empresa pode ter aplicado um golpe estimado em R$ 3 milhões.
A reportagem esteve no local apontado pela polícia em Brazlândia, cidade satélite de Brasília (DF), onde funcionaria uma loja da empresa. No endereço, o dono do imóvel, Valdivino de Jesus, afirmou que o suspeito só aparecia para pagar o aluguel. “Nem placa ele pôs. Deu nome, mas não tinha placa não. Ele ficou aqui uns dois, três meses. Chegava aqui, pagava o aluguel e sumia. As pessoas começaram a vir aqui e perguntar, mas eu dizia que ele tinha alugado, mas que não sabia onde ele estava. Ele colocou só umas coisinhas ali dentro”, diz o proprietário.
A vítima em Franca diz que não tem esperança de reaver o dinheiro, mas que acredita que com a denúncia outras pessoas não serão lesadas. “Ter o dinheiro de volta acho que é praticamente impossível, o meu objetivo maior é conseguir que eles não deem mais golpes em outras pessoas, porque é injusto a gente batalhar para ter as coisas e vir um golpista e fazer esse tipo de coisa com a gente.”
 
G1
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