Algumas pessoas com lesões cerebrais diferentes e distúrbios diversos, tais como esquizofrenia, relatam sentir a presença de “outras pessoas” ou mesmo de “fantasmas”. Cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausana, na Suíça, acreditam que déficits sensoriais e motores, que causam o sentimento assustador, estão ligados ao mau funcionamento de sinais enviados pelos membros das pessoas no cérebro. Com estes conhecimentos, foi construído um robô capaz de reproduzir a sensação em pessoas saudáveis. As informações são do IFL Science.

 

Além de pessoas com algum tipo de problema, outras saudáveis também afirmam já ter sentido a presença de algo sobrenatural próximo, ao que a equipe suspeita de que se trata de um tumulto sobre a origem e identidade de sinais sensoriais-motores, ou seja, há uma confusão entre seus próprios sinais ou movimentos corporais como algo vindo de forma externa, resultando na sensação fantasmagórica. “Essas pessoas estão convencidas de que há alguma coisa, mas não vê nada, não ouvem nada", diz o líder da pesquisa, Olaf Blanke.

 

Para testar essa teoria, a equipe construiu um sistema de “siga o mestre” em um robô. Por exemplo, um “robô-escravo” segue sinais corporais dos testados com certo atraso, conseguindo-os tocar logo depois de eles fazerem um movimento semelhante para manobrar o braço de um “robô-mestre”.

 

Quando houve um atraso de meio segundo no toque, os participantes sentiram que havia alguém (ou algo) por trás deles. “Trinta por cento dos participantes saudáveis relataram espontaneamente a sensação de ter alguém atrás deles, tocando-os”, diz Blanke em um comunicado à imprensa. Para resolver o conflito espaço-temporal em sua cabeça, os recrutas acabaram gerando uma ilusão de que o toque não foi causado por si, mas por “outro”.

 

Outra experiência realizada com os voluntários: pesquisadores disseram que havia outras quatro pessoas no quarto com eles. Assim, quando os participantes sentiram um toque atrasado, afirmaram que perceberam que havia outras pessoas no ambiente, mesmo que estavam, na verdade, sozinhos com os robôs.

 

A “presença” induzida por robô foi tão desconcertante para dois dos participantes, que eles quiseram interromper a experiência. As descobertas também podem ajudar a explicar as alucinações esquizofrênicas, bem como fenômeno de “terceiro homem” vividos por montanhistas.

 

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