O São Paulo venceu o Santos por 1 a 0, mas é preciso investigar o que fizeram nos vestiários da Arena Pantanal, durante o intervalo. Podem ter ligado seus jogadores na tomada, talvez tenham trocado sósias por profissionais. Ou podem ter sido só broncas, além das substituições de Enderson Moreira e Muricy Ramalho, que melhoraram as equipes. Quem almoçou com a família no primeiro tempo, e viu só o segundo, fez um grande negócio.
Quem viu o segundo tempo, viu chances pra lá e pra cá, toques de categoria, Rogério Ceni e o travessão pararem o Santos, e o jovem Boschilia garantir a classificação do São Paulo para a Libertadores de 2015. Com reservas, já que precisará vencer o Atlético Nacional (COL) por dois gols de diferença na quarta para ir à final da Sul-Americana, o time tricolor chegou aos 69 pontos, se consolidou na vice-liderança e soube à distância do título do Cruzeiro.
Digno de registro no primeiro tempo, apenas o aperto de mão entre Rogério Ceni e Robinho, aos 12 minutos, depois que o goleiro cortou, de peixinho, um lançamento para o atacante. O lance já estava parado por impedimento, mas o encontro de dois craques históricos deve ter causado boas lembranças aos torcedores que sofriam com um show de horrores na Arena. Foram 33.247 pessoas, em imensa maioria são-paulina.
O Peixe teve uma escalação conservadora demais para quem não almeja mais nada no Brasileirão, ainda mais diante dos reservas do São Paulo, preocupado com a semifinal da Copa Sul-Americana, na próxima quarta-feira. No intervalo, Enderson trocou Souza e Gabriel por Geuvânio e Thiago Ribeiro. O time melhorou. Não dava para piorar.
A substituição no Tricolor foi forçada. Pato sentiu dores na costela após uma aterrisagem nada sutil no fim da etapa inicial. A torcida, imediatamente, pediu Luis Fabiano. Muricy, como de costume, atendeu. Mais do que a simples troca do atacante, os outros jogadores se aproximaram, e Boschilia encontrou em Reinaldo a "parede" ideal para receber a bola e acertar chute cruzado, no cantinho.
O Santos criou. Imprevisível com as mudanças no time, Caju, Lucas Lima, Geuvânio e Thiago Ribeiro ficaram em ótima posição para finalizar, mas facilitaram a vida de Rogério, sempre bem posicionado. A exceção foi um chutaço de Geuvânio no travessão.
Na quarta-feira, o São Paulo jogará pela última chance de título na temporada. Se vencer o Atlético Nacional por 1 a 0, a partida irá para os pênaltis. Se os colombianos fizerem gols no Morumbi, os donos da casa terão de fazer pelo menos dois a mais. O Santos só voltará a campo no próximo domingo, na Vila Belmiro, contra o Botafogo e um jejum de sete rodadas sem triunfos no Brasileiro (e mais dois jogos na Copa do Brasil). Um fim de ano melancólico pelos lados da Baixada.
Globo Esporte