Metade dos casos de gripe no Brasil já é de H1N1. Crianças estão entre os maiores transmissores e as principais vítimas do vírus
É entre os meses de maio e agosto que os vírus influenza - os causadores da gripe - costumam circular no país. Mas em 2016, um subtipo dessa família começou a causar estragos mais cedo: o H1N1. No fim de fevereiro, a região Sudeste, em especial o estado de São Paulo, já apresentava casos. De acordo com o Ministério de Saúde, o vírus H1N1 já é responsável por metade dos casos de gripe registrados no país.
Boletim divulgado na segunda-feira, 4, mostra que o subtipo influenza A já provocou, apenas nos primeiros três meses deste ano, 71 mortes - quase o dobro do que foi registrado no ano de 2015 (36). Os casos também subiram de forma expressiva. Até agora, foram 444 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) - o triplo de todo 2015.
Em Itápolis, de acordo com Alaide Cunha, enfermeira responsável pelo Centro Epdemiológico de Itápolis, ainda não há casos de H1N1 confirmados, mas há um aguardando resultado. Porém, como o vírus está em grande circulação pelo país, ela acredita que muitos possam ter pego o vírus e não ter sido diagnosticados, já que os sintomas são muito semelhantes aos outros tipos de vírus da gripe causados pelo influenza. No corpo, o H1N1 ataca o sistema respiratório, assim como outros vírus influenza. Os sintomas mais comuns são febre, dor de garganta, tosse, espirro, dores no corpo, fadiga, dor muscular e sintomas gastrointestinais, como enjoo e diarreia. O que acontece é que os sintomas podem evoluir para pneumonia ou falência respiratória, o que pode acarretar em óbito. “Se o paciente estiver sentindo falta de ar e dificuldade para respirar, é preciso procurar um médico imediatamente, pois pode estar havendo uma evolução para pneumonia. Fora isso, o ideal é que o paciente faça o tratamento em casa, evite lugares com aglomerações, mantenha uma boa hidratação e repouse. No caso das crianças, os pais devem deixar os filhos em casa e não mandá-los para a escola até passar o ciclo, que é em torno de 7 dias, evitando a transmissão para outras crianças.”; explica Alaide.
O motivo para a antecipação do surto ainda não está claro. Mesmo assim, é preciso se preocupar - especialmente quando se trata dos pequenos. Eles estão entre os principais alvos para propagar e sofrer as graves consequências do H1N1 e de outros subtipos da influenza. As crianças fazem uma carga viral maior, então elas transmitem o vírus por mais tempo. Além disso, são mais suscetíveis às complicações de um quadro de gripe - principalmente aqueles menores de 2 anos de idade. A seguir, entenda como age o H1N1, os riscos que ele oferece e como proteger você e o seu filho contra ele.
O perigo do vírus
O H1N1 é resultado da combinação de segmentos genéticos dos vírus das gripes aviária, suína e humana. Ele começou a circular no Brasil em 2009, quando houve a pandemia. De lá para cá, vem fazendo vítimas a cada ano. Ele não é mais forte do que as outras cepas. O que acontece é que grande parte da população ainda não tem imunidade contra esse vírus.
A disseminação de uma pessoa para a outra se dá, principalmente, a partir de secreções respiratórias emitidas por meio de tosse ou espirro. Objetos contaminados também são focos de transmissão. No corpo, o H1N1 ataca o sistema respiratório, assim como outros vírus influenza. Os sintomas mais comuns são febre, dor de garganta, tosse, espirro, dores no corpo, fadiga, dor muscular e sintomas gastrointestinais, como enjoo e diarreia.
Tratamento
Na maior parte das vezes, os quadros de gripe se curam sem o auxílio de remédios - até mesmo os causados pelo H1N1. "É raro que evoluam para internação ou mesmo óbito", diz Marco Aurélio Sáfadi, que também é professor na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Portanto, não há motivo para pânico, mas é importante tomar providências.
A importância da vacina
A imunização é a melhor arma contra a gripe. Em 2016, a campanha de vacinação do Ministério da Saúde começa no dia 30 de abril e vai até 20 de maio. O imunizante que será ofertado protege contra o H1N1 e as novas cepas dos vírus H3N2 e influenza B, todos da mesma família. Fazem parte do grupo prioritário crianças com idades entre 6 meses e 5 anos, idosos, profissionais de saúde, povos indígenas, pessoas com doenças crônicas ou que comprometem a imunidade e gestantes. Estas últimas, aliás, são um grupo importantíssimo. A resposta imunológica do organismo da grávida é diferente. Ela tem riscos que outros não têm, destaca a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).