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Em Itápolis, há pelo menos um registro por mês de estupro
06/06/2016 14:51 em Notícias Itápolis

Segundo a dra. Cintia, delegada em Itápolis, o número é bem maior, mas a maioria não denuncia

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Do Jornal de Itápolis- A cada três horas uma mulher é estuprada no Brasil. E a cada 7 minutos, uma mulher é vítima de violência no país, segundo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Apesar de assustadores, esses números ainda não refletem a realidade já que a maioria dos casos de violência não são denunciados por medo ou vergonha.

A delegada Dra Cynthia Lepes Santiago, chefe da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher diz que em Itápolis, há pelo menos um registro de estupro por mês. Já os casos de violência contra a mulher são cerca de 600 registros ao ano, uma média de 50 por mês.

 “Mas estes números estão bem abaixo da realidade. Você pode multiplicá-los por 4, 5. A maioria não denuncia, principalmente quando se trata de crianças”.

 Segundo especialistas, pode ser até dez vezes maior --estima-se que mais de meio milhão de mulheres, por ano, tenham sofrido algum tipo de violência sexual.

 Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo federal, estimaram, com base em dados de pesquisa feita em 2013, que 0,26% da população tenha sofrido algum tipo de violência sexual, porcentagem que equivale a 527 mil pessoas --10% chegam ao conhecimento da polícia.

 De acordo com a dra. Cynthia, as crianças são as maiores vítimas de estupro em Itápolis. “E geralmente esta agressão vem de pessoas que estão próximas a ela, como parentes e vizinhos”.

 Cynthia lembra que estupro se refere somente a conjunção carnal.   “Qualquer ato libidinoso, tocar as partes íntimas da criança e até mesmo um beijo na boca pode ser considerado estupro”; explica a delegada. A pena para o crime é de 8 a 15 anos, se praticado com menores de 14 anos.

 Para ela, mais do que combater a cultura do estupro, é preciso combater a cultura da violência.  “Hoje nós temos no mercado de trabalho diversas mulheres ocupando cargos que antes eram considerados ‘de homens’. Mas ainda há preconceito. Ainda há pessoas que acreditam que as mulheres tem que se manter em ‘profissões limitadas’. E estas mulheres acabam sofrendo insultos. Isso também é um tipo de violência que precisamos combater. Temos que educar nossas crianças desde pequenas para mudar esta cultura de patriarcado que predomina em nossa sociedade”.

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