
Carlos Henrique Mesquita Barbosa se entregou à polícia na noite de sábado (23) em Bauru. Ele é suspeito de agredir e matar seu filho de 4 anos. A Justiça havia decretado a prisão temporária do suspeito, de 23 anos, que estava sendo considerado foragido.
O menino Luiz Gustavo de Souza Barbosa morreu no hospital de Iacanga na quinta-feira (21) com sinais de violência e o pai é o principal suspeito das agressões, segundo a polícia. Carlos se entregou na Central de Polícia Judiciária de Bauru e foi transferido para a cadeia de Avaí (SP). Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcelo Firmino, o suspeito será ouvido nesta segunda-feira (25) na cadeia.
De acordo com a polícia, na quinta-feira a criança foi levada a uma unidade de saúde em Reginópolis pelo pai. Luiz Gustavo tinha vários hematomas pelo corpo. A equipe de plantão da unidade hospitalar tentou reanimar o menino, mas sem sucesso. Ele foi levado às pressas para o hospital em Iacanga, cidade onde a mãe mora, mas chegou à unidade de saúde já sem vida.
Também de acordo com as informações da polícia, o pai levou a criança à unidade de saúde já desacordada, dizendo que o menino havia caído no banheiro. A tia do menino Kelly Gonçalves diz que ele estava muito machucado. “O rosto está roxo. No pescoço tem uma marca bem roxa, a mãozinha também. A cabeça está toda machucada.”
Traumatismo por agressão física
Na declaração de óbito consta que a criança sofreu choque hemorrágico, rotura hepática, que é quando existe um rompimento do fígado, traumatismo por agressão física. Além disso, asfixia respiratória indireta, que é quando a criança se sufoca e edema cerebral.
Foi registrado um boletim de ocorrência de tortura e homicídio. A mãe e o pai da criança foram levados para prestar esclarecimento, mas o pai de Luiz Gustavo acabou pulando o muro, fugiu da delegacia e é considerado o principal suspeito.
“Eu acho que ele, sentindo-se pressionado, ao perceber que vindo à delegacia quando viesse à tona a razão dos ferimentos, ele acabou se evadindo e para nós é uma confissão de culpa. Já foi instaurado inquérito e em razão das demais lesões serem compatíveis com marcas de agressão, queimaduras até por pontas de cigarro, eu instaurei inquérito para apurar homicídio e eventual tortura”, diz o delegado.
O corpo do menino foi enterrado na sexta-feira (22). A mãe Natália Aparecida de Souza disse que o filho já estava morto quando chegou ao hospital. “Ele chegou ontem com o Samu, e ele (pai da criança) foi direto na minha casa me chamar e falou para mim que o moleque estava bem. Mas quando cheguei no hospital o médico falou: você já trouxe seu filho morto. É horrível, perdi meu filho, uma dor terrível.” (G1)