As curvas que Carlos Eduardo (Marcelo Serrado) percorreu para chegar ao poder sempre tiveram um porquê: o pertencimento aos de Sá Ribeiro. Apesar de ser movido ainda por outros deuses, como o dinheiro e a política, o personagem só se transformou verdadeiramente em um vilão quando viu que tinha perdido a família que nunca foi dele. E para explicar este comportamento obsessivo, nada melhor do que o criador para falar de sua criatura.
Para Bruno Luperi, autor de Velho Chico, as mudanças gradativas do personagem são um reflexo de quem ele se torna. "É um personagem muito interessante ao meu ver, porque ele se transforma diante dos nossos olhos. No momento em que percebe seu espaço comprometido naquela casa, escolhe caminhos errados para tentar, deseperadamente, manter essa família", contextualiza o neto de Benedito Ruy Barbosa. Ainda segundo o autor, "a partir do momento que ele decide lutar por tudo, é que veste a carapuça de vilão".
Com tudo desabando diante de seus olhos, Carlos verá uma única saída para se salvar de todos os enroscos em que se envolveu, mas seu fim não deve ser feliz, como adianta o autor. "O dinheiro acaba sendo a última moeda que ele tem, e isso fica muito trágico e muito forte. Agora, no final, esta questão será muito marcada, e a legitimidade dessas causas também. Ele não é um vilão maniqueísta. Carlos luta pelo que acredita", explica Bruno.