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Mulher morta em queda de ultraleve sonhava voar: 'Era a 1ª vez', diz amiga
Publicado em 13/02/2017 09:55
Notícias Policias

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Uma das vítimas da queda de um ultraleve que matou duas pessoas em Botucatu (SP), no sábado (11), Maria José Quaresma de Jesus estava voando pela primeira vez. Ela e o piloto, o técnico de som César Titton, de 61 anos, morreram no local da queda, a cerca de 500 metros da pista de onde tinham decolado minutos antes.

Segundo a amiga Jaqueline Aparecida da Silva, esse era um dos sonhos de Duda, de 34 anos, como era chamada. “Ela sempre quis voar, era a primeira vez que ela ia voar e estava muito feliz, empolgada. Infelizmente para realizar esse sonho que ela tinha, ele acabou levando ela. Mas tenho certeza que ela foi muito feliz com o sonho realizado."

Ainda segundo Jaqueline, a amiga tinha sido promovida no emprego e voltaria a trabalhar na segunda-feira (13). “Ela estava muito feliz com mais essa realização profissional na vida dela, nós conversamos bastante nessa última semana e ainda não caiu a ficha que eu não vou mais ter ela para conversar”, lamenta.
Segundo informações de colegas, Duda e o piloto tinham uma amiga em comum que sabia do sonho dela de voar, então eles combinaram o passeio no sábado.

‘Vi o avião caindo’
Namorada do piloto há quatro meses, Gisele Terra seria a próxima a subir no ultraleve. “Nós combinamos de encontrar as amigas dele no aeroporto. Ele disse para mim que levaria a moça primeiro porque era a primeira vez que ela iria voar e depois, se tivesse tempo, nós íamos dar uma volta”, conta. Gisele estava no aeroporto e acompanhou a decolagem e a queda da aeronave.

“Ele decolou normal, mas estranhei que ele estava voando muito baixo e um pouco virado. Eu não o vejo fazer esse tipo de manobra, e depois a aeronave subiu um pouco e caiu de bico. Só ouvi o barulho. Eu fiquei preocupada na hora, mas achei que era um acidente que ele sairia ileso ou no máximo machucado, não vi a gravidade naquele momento”, lembra.

Gisele só recebeu a notícia depois que um dos funcionários do aeroporto foi até o local do acidente. “Eu saí correndo, fiquei desesperada, porque não queria acreditar, precisava ver o avião, o local do acidente.” Gisele costumava acompanhar César nos voos. Ele tinha mais de 25 anos de experiência e sempre voava por lazer. "Era um tipo de coisa que ele estava muito acostumado a fazer, por isso estamos tentando entender o que aconteceu. Eu não espera nunca que isso fosse acontecer. Ele vai fazer muita falta."

O corpo do piloto foi velado e enterrado na tarde de domingo. O sepultamento foi no Cemitério Portal das Cruzes. Já a o corpo da passageira será enterrado nesta segunda-feira (13), às 10h30, no cemitério Jardim.

A aeronave
César era proprietário da aeronave que é classificada como experimental. “A aeronave é homologada junto ao aeroclube para voos, sempre com um instrutor. E ela possui toda a documentação que autoriza esse tipo de voo. A aeronave era certificada para voar, estava com todas as revisões em dia, nós inclusive a levamos há três meses para São Pedro para fazer uma revisão geral, documentação tudo em dia para poder voar”, explica o aluno de aviação e amigo do piloto, Valney Santos.

Segundo informações da Anac, Agência Nacional de Aviação, as aeronaves experimentais podem ter construção amadora e não passam por todos os testes e requisitos necessários para certificação, mas ela possui a documentação específica e são necessários diversos procedimentos para que seja autorizado o voo, que só pode ser realizado em espaços restritos e pouco povoado, além disso, o transporte de pessoas e produtos com fins lucrativos é proibido. Elas são comumente utilizadas para lazer, recreação, demonstração ou para experiências tecnológicas.

Investigações
As causas da queda do ultraleve ainda serão investigadas. Por ser tratar de uma aeronave experimental, a investigação do acidente é de responsabilidade da Polícia Civil e não envolve os técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). 

Segundo a delegada Simone Firmino, que esteve no local do acidente e registrou a ocorrência no plantão policial, a documentação da aeronave e do piloto estavam em ordem. “Aparentemente a documentação estava em ordem, ele tinha autorização para o voo, era um piloto experiente, mais de 20 anos de experiência, tinha documentação, plano de voo, tudo correto."

Ainda de acordo com informações do boletim de ocorrência, a aeronave foi periciada e recolhida por representantes do proprietário.
* Com informações Romulo D' Avila/ TV TEM.

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