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Situação em Portugal ainda é preocupante, dizem autoridades sobre incêndio que matou mais de 60
Mundo
Publicado em 19/06/2017

incendio

Mais de mil bombeiros seguem tentando conter o gigantesco incêndio florestal na região central de Portugal, que deixou pelo menos 62 mortos e provocou forte comoção no país.

Após um fim de semana com 40ºC em várias regiões do país, a temperatura registrou leve queda, mas o incêndio, declarado no sábado (17) à tarde em Pedrógão Grande, prosseguia na direção das regiões vizinhas de Castelo Branco e Coimbra nesta segunda-feira (19).

O balanço oficial mais recente é de 62 mortos e 62 feridos, incluindo cinco em estado grave, uma criança e quatro bombeiros. As autoridades, no entanto, não descartam a possibilidade de encontrar outras vítimas nas áreas devastadas pelas chamas.

O número de focos foi reduzido para 35 no domingo (18) à noite em todo o país, mas os recursos mobilizados continuavam sendo praticamente os mesmos.

"O risco de incêndio é máximo no centro", alertou a Proteção Civil. Segundo o jornal Público, autoridades portuguesas afirmam que a situação segue "preocupante", e agravada pelas condições meteorológicas adversas, que dificultam o combate ao fogo.

Quatro aviões de combate ao incêndio da Espanha e três da França chegaram ao país no domingo (18) para ajudar os bombeiros portugueses. Nesta segunda (19) devem chegar dois aviões espanhóis e dois italianos, assim como reforços terrestres, no âmbito do mecanismo europeu de proteção civil, ativado a pedido de Lisboa.

De acordo com as autoridades, muitas vítimas morreram em seus veículos quando se viram cercadas pelas chamas no momento em que passavam pela rodovia nacional 236, que liga Figueiró dos Vinhos com Castanheira de Pera, no sábado.

"Era verdadeiramente um inferno. Pensei que o fim do mundo havia chegado. Não acreditei que sairia viva", contou Maria de Fátima Nunes, que foi resgatada pelos bombeiros.

Corpos foram encontrados em casas localizadas em áreas isoladas. Os moradores de pelo menos três localidades próximas a Pedrógão Grande foram retirados de suas residências.

Algumas vítimas identificadas "morreram em suas casas, que não deixaram a tempo", afirmou o primeiro-ministro António Costa, que pediu à população que respeite as ordens de saída.

"Se deixar a minha casa, vai queimar tudo, pois não temos ninguém que nos ajude", declarou Fernando Pais, um agricultor de 50 anos que morava com a mulher e o filho em Trespostos, perto da localidade de Campelo.

A família Pais não abandonou sua casa e luta sozinha contra as chamas com uma simples mangueira.

"Conhecia várias vítimas. Uma amiga perdeu a mãe e a filha de quatro anos porque não conseguiu retirá-las da parte de trás do carro", disse Isabel Ferreira, de 62 anos, habitante da região.

A polícia determinou que uma tempestade seca provocou as chamas e descartou a possibilidade de incêndio criminoso.

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