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Cão paraplégico ganha cadeira de rodas após ser atropelado e abandonado em estrada
Notícias Policias
Publicado em 14/06/2018

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Depois de ser atropelado e perder o movimento das patinhas, um cachorro vira-lata acabou sendo abandonado pelo antigo dono em uma estrada rural de Novo Horizonte. Mas o que o cãozinho não esperava era que a sua vida iria mudar para melhor. Ele ganhou um novo lar e a chance de voltar a se locomover.

Com a dedicação de dois moradores da cidade, a história do cachorro, que tinha tudo para ter um final triste, está caminhando a passos lentos em direção a um final feliz.

Resgatado pelo comerciante Marco Antônio Rodrigues, no dia 8 de maio, o cão foi levado a uma clínica veterinária no bairro Vila Baumann, em Novo Horizonte.

"Deixaram o cãozinho no sol, sem água e comida, sem poder se mexer ainda. Ele estava extremamente bravo. Tive que utilizar um pano para cobri-lo e conseguir levá-lo embora. Se ele continuasse ali, iria morrer", diz Marco Antônio ao G1.

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Veterinária Viviane Cristina da Silva recebeu o cão em sua clínica veterinária e cuida dele diariamente (Foto: Viviane Cristina da Silva/Arquivo Pessoal )

Quando o animal chegou à clínica, a veterinária Viviane Cristina da Silva, de 35 anos, se impressionou com a situação dele. “Em termos técnicos, o cachorro apresentava um quadro de paralisia dos membros pélvicos e paresia dos membros torácicos. Acreditamos que ele tenha sido atropelado”, conta a veterinária.

De acordo com Viviane da Silva, a opção mais simples e rápida seria a eutanásia, mas desde o início ela se negou a desistir do animal, que passou a morar na clínica veterinária e ganhou um nome: Dunga.

Um tratamento específico foi realizado e, depois de um mês, Dunga começou a recuperar os movimentos das patas da frente. “Eu fui o forçando a andar até quando ele aprendeu a se locomover arrastando as patinhas traseiras”, explica Viviane da Silva.

Para tentar diminuir os machucados que apareceriam nas patas que não se moviam, a veterinária teve a ideia de construir uma cadeira de rodas com as próprias mãos.
“Fizemos testes com modelos diferentes e percebemos que o Dunga realmente precisava de uma cadeirinha com quatro rodas e não somente duas”, conta Viviane.

Construindo uma cadeira de rodas
Canos de PVC, conectores, cola, tecido e quatro rodinhas. Esses foram os materiais utilizados na construção da cadeirinha do cão. Tirando a ideia de modelos da internet, Viviane se dedicou ao longo de um dia inteiro para tentar dar uma nova chance a Dunga de se locomover.

“Optei pelo PVC por ser um material mais leve e, com isso, ele conseguir se locomover sem maiores dificuldades”, afirma a veterinária.

Diariamente, Viviane coloca o cão na cadeirinha para ele acostumar. Contudo, Dunga sente um pouco de medo. “Ele come, dá alguns passos e fica parado. Pelo que percebo, ele ainda tem receio, mas acredito que vai se acostumar totalmente”, diz Viviane.

Cuidados
Dunga ainda necessita de atenção e cuidados especiais, mesmo conseguindo se alimentar e tomar água normalmente. O cão utiliza uma fralda que precisa ser trocada de três a quatro vezes por dia. “Precisamos prestar atenção na higiene, com o xixi e as fezes”, diz Viviane.

Faixas e esparadrapos também são utilizados para evitar que as patinhas do cachorro fiquem ainda mais machucadas enquanto ele as arrasta. Apesar de toda a evolução de Dunga, Viviane conta que ele não irá voltar a andar.

Doações
Moradores de Novo Horizonte, que ficaram sabendo da história do cachorro por meio de uma postagem nas redes sociais de Marcos Antônio Rodrigues, têm ajudado nas despesas. “Eu comecei a fazer campanhas pedindo coisas, como, por exemplo, carne moída, ração, esparadrapo, faixas e o pessoal têm levado à clínica”, conta Marcos Rodrigues.

Adoção consciente
Segundo Viviane, é uma covardia os donos abandonarem os bichinhos de estimação na primeira dificuldade ou problema que aparecer.
“Antes de adotar, as pessoas devem estar cientes de que vão ter arcar com despesas veterinárias. Abandonar o animal e trocá-lo por outro é irracional. No caso do Dunga, foi muito mais cômodo deixá-lo na rodovia para morrer”, diz a veterinária. (G1)

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