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Pesquisadora da USP participa da criação de dispositivo que mede níveis de glicemia pelas lágrimas
Ciência e Saúde
Publicado em 22/10/2019

Uma pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), do campus de São Carlos, participou da criação de um dispositivo que mede os níveis de glicemia, álcool ou vitaminas pelas lágrimas. O mecanismo acoplado aos óculos pode realizar até três medições sem necessidade de troca.

O projeto da Universidade da Califórnia (EUA) reuniu uma equipe de 13 pesquisadores. Entre os participantes de diversas nacionalidades estava a doutora em física aplicada Laís Canniatti Brazaca, de 28 anos, que foi uma das responsáveis pela execução dos experimentos e colaboração de ideias durante o processo.

Ela permaneceu por nove meses no laboratório do professor Joseph Wang, de 71 anos, durante seu estágio no exterior financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para auxiliar a pesquisa da doutoranda Juliane Renata Sempionatto, de 29 anos.

Uso das lágrimas

As lágrimas são estimuladas por um bastonete com mentol e entram nos sensores de dois centímetros, que são fixados com fita dupla face no apoio dos óculos. A medição acontece no dispositivo colado na haste e as informações coletadas são enviadas ao computador por tecnologia sem fio.

De acordo com Laís, as lágrimas são um fluído de obtenção simples que contem compostos relevantes para diagnósticos e monitoramentos, porque as concentrações encontradas nelas são proporcionais as do sangue.

    “Se a concentração de glicose está mais alta no sangue, a gente vê isso na lágrima também e isso possibilita monitorar diferentes substâncias de forma simples e pouco invasiva”, explica a doutora em física aplicada.

A lágrima cai no sensor preso ao apoio do óculos e o aparato fixado na haste mede os níveis de glicose, álcool ou vitaminas. — Foto: Juliane Renata Sempionatto Moreto

Três usos

Nos testes em laboratório, foi possível usar o mesmo dispositivo por um dia inteiro para medir a quantidade de glicose após o café da manhã, almoço e jantar. Ao contrário do glicosímetro que utiliza uma fita para cada medida.

As medições de glicose, álcool e vitaminas são feitas separadamente, mas os pesquisadores pretendem juntá-las em uma única coleta. Além de estender a análise para outras substâncias como drogas, medicamentos e até indicadores de stress.

O grupo não tem estimativas de quando o produto será colocado no mercado, porque para produzir em escala industrial é necessário fazer mais testes para garantir que o sensor continua funcionando com a produção em grande escala.

Eles também precisam atestar a funcionalidade em pessoas de faixas etárias diferentes e criar uma interface para processar os dados obtidos em um único número. (G1)

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