Dois casos de latrocínio em duas semanas têm deixado apreensivos os moradores de Pirangi. Com 11,4 mil habitantes, a cidade da região de Ribeirão Preto (SP) não registrava esse tipo de crime desde 2001, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP/SP).
Os casos são investigados pela Polícia Civil. Em um deles, as autoridades chegaram a um suspeito, que foi preso.
Os moradores não escondem a preocupação com a violência. "É muito difícil. A gente gostaria de se sentir um pouco mais seguro, porque em poucos dias tantas barbaridades aconteceram que a gente fica com muito medo", diz uma mulher, que prefere não ser identificada.
Em nota, a SSP informou que as operações policiais no município resultaram, entre janeiro e setembro deste ano, em 22 pessoas detidas em flagrante. "No período, houve redução de 25% nos roubos e não foi registrado nenhum caso de latrocínio", comunicou.
No caso mais recente, um homem de 80 anos foi encontrado morto com ao menos 20 facadas ao lado da cama dentro de casa na segunda-feira (28), na região central de Pirangi.
As autoridades passaram a considerar o caso como um latrocínio porque foi levado dinheiro da vítima. Um suspeito foi preso temporariamente e confessou o crime, alegando que precisava comprar drogas.
Sobrinha da vítima, a comerciante Marli Bortoletto não consegue entender o que aconteceu com o tio. "Ele estava dentro do quarto, completamente ensanguentado, retalhado, machucado, quebrado, foi muito agredido, caído de lado no chão, sem vida", diz.
Segundo ela, foi uma vizinha acostumada a levar café para o idoso quem estranhou a falta de movimentação da casa e avisou os familiares.
"Viu que a porta dele estava arrombada, chamou na janela do quarto, não respondeu. Ela foi chamar meu primo, aí meu primo comunicou o policiamento, eles vieram e constataram o fato", diz.
Uma semana antes, outro homem, de 55 anos, foi vítima de um latrocínio no bairro Cohab 4. Ele voltava de um bar quando foi esfaqueado por razões ainda não esclarecidas.
De acordo com familiares, foram cinco facadas. A Polícia Civil não descartou a possibilidade de ter sido um roubo seguido por morte. "Eu não sei não, rapaz bom, trabalhador, direito, não sei o que aconteceu", afirma Eliane Gino, irmã da vítima. (G1)