Nesta segunda-feira (27), a farmacêutica americana Moderna inicia a última fase de testes da sua potencial vacina contra o novo coronavírus. A vacina da companhia será testada em aproximadamente 30 mil pessoas em 87 lugares diferentes dos Estados Unidos até meados de outubro.
Para realizar o teste, a Moderna irá dividir os voluntários em dois grupos distintos, um deles receberá uma dose de 100 ml no primeiro dia e mais uma dose de reforço 29 dias depois. Já o segundo grupo será tratado apenas com placebos, para servir como base de comparação.
Essa última fase de testes visa provar se a vacina é realmente eficaz e segura, ou seja, se garante a imunidade, previne a infecção e não causa efeitos colaterais severos nas pessoas vacinadas.
Ainda que tenha iniciado a fase três de testes apenas agora, a vacina da Moderna foi a primeira a realizar testes em humanos. Ainda em julho, a farmacêutica afirmou que seus primeiros resultados de pesquisas foram produtivos, já que a vacina conseguiu gerar respostas imunes nos voluntários. Agora, testando o medicamento em uma base maior, a farmacêutica espera repetir o sucesso.
Ainda de acordo com a empresa, caso a vacina se mostre realmente eficaz, a Moderna conseguirá produzir entre 500 milhões até 1 bilhão de doses da vacina por ano.
O método de desenvolvimento do medicamento da Moderna utiliza o RNA mensageiro em uma técnica que visa estimular a produção de anticorpos para que o corpo humano seja capaz de impedir o vírus de infectar as células saudáveis.
Na semana passada, três potenciais vacinas entraram nos holofotes por serem possíveis esperanças para o fim da epidemia.
As vacinas da Universidade de Oxford, em parceria com a AstraZeneca, da chinesa Sinovac e da Pfizer, com a alemã BioNTech, se mostraram seguras, foram capazes de criar respostas imunes nos voluntários testados e, assim como a da Moderna, também estão na fase três, que é a última fase do teste clínico.
Financiamento dos EUA
Atualmente o país mais afetado pela crise do novo coronavírus, os EUA estão investindo volumes altos de dinheiro nos projetos de vacina, tentando garantir uma solução para a epidemia no país.
No último domingo (26), a Moderna afirmou que recebeu mais de US$ 472 milhões do governo americano para apoiar o desenvolvimento da vacina. Segundo informou a farmacêutica, o financiamento adicional apoiará a ampliação dos testes clínicos pelo país.
Esse é o segundo movimento recente do governo americano de tentar garantir prioridade no medicamento. Na última quarta-feira (22), o país anunciou que irá pagar cerca de US$ 1,95 bilhões à Pfizer para que a empresa produza e entregue 100 milhões de doses de sua potencial vacina contra a Covid-19 caso os testes finais provem que o medicamento é seguro e eficaz.
Segundo as últimas informações das Universidade Johns Hopkins, o país conta com 4,2 milhões de casos e cerca de 146 mil mortes.
InfoMoney