Um estudo publicado esta sexta-feira na revista Science Advances mostrou que países com vacina obrigatória para o bacilo Calmette-Guérin (BCG), que protege contra as formas graves da tuberculose, exibiram em geral taxas mais baixas de infecção e morte por Covid-19 durante o primeiro mês da pandemia em seus territórios.
O modelo foi desenvolvido por cientistas da Universidade de Michigan, nos EUA, país onde a imunização não é obrigatória. De acordo com o levantamento, se a vacina fosse implementada, 460 pessoas teriam morrido por Covid-19 naquela nação no dia 29 de março de 2020 — o que equivale a apenas 19% do total de óbitos constatados naquela data (2.467).
Para ajustar seus cálculos, os pesquisadores consideraram outros fatores que poderiam interferir na quantidade de óbitos, como a disponibilidade de testes para coronavírus, média de idade dos pacientes, densidade populacional e sua taxa de migração, um critério que forneceria detalhes sobre a disseminação da doença.
A pesquisa analisou a taxa diária de casos de coronavírus em 135 países e de óbitos em 134 ao longo dos primeiros 30 dias da pandemia nas nações.
Desta forma, o levantamento constatou que a universalização da vacina BCG pode ser eficaz no combate à Covid-19. Os pesquisadores, porém, ressaltam que são necessários mais estudos para comprovar os resultados de seu estudo.
A imunização é normalmente administrada no nascimento ou durante a infância para a prevenção contra a tuberculose, e é possível que sua aplicação também proteja o organismo de outras doenças infeciosas – incluindo, talvez, a Covid-19.
Houve, no entanto, variações no resultado entre os países com vacinação obrigatória de BCG. O motivo, segundo os autores, seriam variáveis sociais.
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