Serrana ficou movimentada novamente nos últimos finais de semana. O Butantan esteve no município nos dias 24, 25, 31/7 e 1/8 para uma nova fase do Projeto S, o ensaio clínico realizado pelo instituto para entender a efetividade da vacinação no controle da pandemia de Covid-19 e na transmissão do SARS-CoV-2. No novo ciclo, foram coletadas amostras de sangue de moradores vacinados com as duas doses da CoronaVac, vacina do Butantan contra a Covid-19 desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, para que os cientistas possam avaliar a imunidade de longo prazo dos voluntários.
A técnica de enfermagem Cristina Dias, que trabalhou na coleta de sangue, explica que as pessoas estão felizes em participar da pesquisa. “Todas falam que esse ano foi iluminado, abençoado pelo Projeto S. Por isso que Serrana está nessa situação, com a doença controlada”, disse. “A intenção das pessoas é que o projeto continue, e o que tiver que acontecer, eles vão participar”, completou Cristina.
A população da cidade recebeu a notícia do novo estudo de forma positiva, mas sem descuidar das medidas de prevenção. Um exemplo é a aposentada Neci Maria de Oliveira, de 77 anos, que foi voluntária do Projeto S e aceitou participar também do novo ciclo. “Estou mais segura com a vacina, mas não deixo de andar prevenida. Não deixo minha máscara de lado, nem o álcool em gel”, explicou.
Samara Cândido, de 22 anos, é de Brasília. Ela conheceu o marido, morador de Serrana, e se mudou para a cidade em outubro do ano passado. Chegou na época certa: Samara conseguiu fazer parte do estudo e ser vacinada com a CoronaVac no início do ano. E ela tem um motivo extra para se proteger da Covid-19. “A gente tem que cuidar da nossa saúde. Estou grávida de 4 meses e penso no meu bem-estar e no bem-estar do meu futuro filho. É algo que a saúde está nos proporcionando. Desde criança a gente toma vacina. É para o nosso bem”. Ela já até ensaiou como vai contar toda essa história ao filho. “Vou contar com entusiasmo. Admiro a ciência desde criança, sempre quis ser veterinária. Eu vou contar detalhadamente, de uma forma esperançosa”, afirmou.
“A gente não faz mais do que nossa parte em atuar nesse momento. Estamos apoiando a ciência brasileira”, vibra o enfermeiro Ian Matias Alves, que também trabalhou na coleta das amostras. “Estamos participando de um momento histórico. A pandemia vai ficar marcada para sempre na memória das pessoas. É imprescindível que a população acredite na ciência, acredite no nosso trabalho e no trabalho do Butantan”, complementou Ian, que se disse realizado de fazer parte do Projeto S.
E pela animação dos moradores, é certo que o Butantan pode contar com o apoio da cidade. “É um orgulho. Butantan é um instituto brasileiro, então são estudantes e funcionários brasileiros lutando para salvar as nossas vidas”, resumiu Samara.
Fonte: Instituto Butantã