O bombeiro civil Antônio Marcos Caldas Teixeira, de 38 anos, está entre os sobreviventes do desmoronamento de uma gruta em Altinópolis (SP) que matou nove pessoas no domingo (31). Ainda na Santa Casa de Batatais (SP), onde está internado, ele falou pela primeira vez sobre o acidente.
"Vi acontecendo mais ou menos, mas não deu tempo de sair, de levantar, daí caiu uma pedra em cima de mim, grande."
Antônio Marcos era parte do grupo de 28 bombeiros civis e instrutores que fazia um treinamento desde sábado (30) na gruta Duas Bocas. O local fica ao lado da Gruta do Itambé, conhecido ponto turístico na região. Apesar disso, a Duas Bocas é pouco visitada por causa da dificuldade de acesso, feito por uma trilha no meio da mata.
Antônio Marcos teve o corpo parcialmente soterrado. Ele conta que o amigo, Diego Gomes de Oliveira, estava ao lado dele no momento do desmoronamento. Quando os bombeiros chegaram, pediu para socorrerem Diego primeiro.
O grupo passaria a noite no local como parte do treinamento. Por volta da 0h de domingo, o teto desabou sobre o grupo que estava acampado poucos metros após a entrada da gruta. O Corpo de Bombeiros foi acionado e uma força-tarefa foi montada para início do resgate ainda na madrugada de domingo.
"Meu amigo que estava do meu lado soterrado, preferiu que tirasse ele primeiro do que eu, mas eles tiraram eu por ainda estar aparentando vida, mas eles voltaram e conseguiram resgatar o Diego ainda, graças a Deus o Diego saiu com vida. Agradeço a todos que estão com atenção com a gente. Muito obrigado."
O bombeiro civil é morador de Franca (SP). Antônio Marcos relata o alívio por estar vivo, mas a tristeza pela perda de nove amigos que morreram no acidente e que, para ele, eram como uma família.
“A gente fica triste pelas vidas que foram perdidas dos nossos amigos, porque a gente era uma família. A gente fica triste. Por um lado, a gente fica feliz por estar com vida, mas por outro a gente fica despedaçado por ter perdido nossos amigos."
EPTV