Um acordo com a Promotoria de Jaboticabal definiu que a H1 Promoções Artísticas e Marketing, principal organizadora de rodeios na cidade, está proibida de promover eventos do gênero nos próximos anos. No Estado, já há proibições de rodeios em 35 cidades.
Além do veto, a empresa pagará R$ 4.354 para entidades de proteção animal pelo último rodeio, ocorrido entre 6 e 16 deste mês. O acordo resulta de inquérito aberto após denúncia da entidade Sociedade Humanitária Tucuxi de supostos maus-tratos.
A entidade argumenta, na representação, que o uso de instrumentos como o sedém, cinto amarrado na virilha de bois e cavalos, causa sofrimento aos bichos.
Segundo o promotor Hamilton Fernando Lisi, que propôs o termo de compromisso e ajustamento de conduta, já houve uma ação civil pública na cidade para impedir o rodeio em anos anteriores, mas a Justiça manteve a autorização do evento.
O acordo, porém, só vale para a H1 --outra empresa pode organizar rodeios.
A questão dos maus-tratos em rodeio, diz Lisi, ainda é controversa no Judiciário.
"Mas usei o princípio da prevenção, que é quando há dúvida [se há ou não maus-tratos] prevalece a proteção integral do meio ambiente."
O advogado Diego Bianco, que representa a H1, disse que no rodeio deste ano e nos de anos anteriores organizados pela empresa nunca maltratou animais e que sempre se pautou pela lei, com alvarás e documentação em dia.
Disse ainda que a H1 aceitou o acordo por uma questão comercial, por entender que não é rentável organizar um próximo rodeio e correr o risco de, nas vésperas, sofrer uma nova ação judicial que venha a impedir montarias.
Foto e reportagem da Folha de São Paulo.