A secretária de Agricultura do Estado, Mônika Bergamaschi, disse à Folha nesta segunda-feira (30) que o governo estuda ampliar o fornecimento de suco de laranja em escolas como medida para amenizar os prejuízos causados pela crise na citricultura. A ampliação atingiria unidades de 27 cidades que possuem gestão centralizada da merenda e têm cerca de 1,5 milhão de alunos. Atualmente, são consumidos 400 mil litros de suco pronto, bimestralmente, nessas escolas.
"Existe uma predisposição [da Secretaria de Estado da Educação] para ampliar o fornecimento de suco. É a única forma de socorrer o setor", afirmou.
Ela esteve nesta segunda em Ribeirão Preto em evento da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), que orientou agricultores em relação ao novo Código Florestal.
A secretária afirma que o Estado já compra a fruta, destinada aos presos do sistema carcerário do Estado.
Segundo ela, o Estado ainda colabora com o setor no combate às doenças, por meio de pesquisas. "Não dá para fazer mais do que isso".
CRISE NOS POMARES
A perda nos pomares, segundo produtores, associações e sindicatos, já chega a 10 milhões de caixas (de 40,8 kg cada uma).
O setor ainda não sabe o que fazer com 73 milhões de caixas excedentes.
O Estado de São Paulo possui o maior parque citrícola do mundo. Cerca de 80% do suco de laranja vendido no planeta tem como matéria-prima a fruta paulista.
PROTESTO
O Sindicato Rural de Monte Azul Paulista promoveu nesta segunda mais uma manifestação para chamar a atenção das autoridades para a crise, ocasionada pela alta dos estoques de suco nas indústrias, duas supersafras, queda no consumo mundial e retração econômica.
De acordo com o presidente do sindicato, Lúdio Vidotti, produtores distribuíram 2.000 garrafas de 250 ml de suco de laranja para os motoristas que trafegavam pela rodovia Armando de Salles Oliveira.
Foi a segunda manifestação em menos de uma semana. Na última quinta (26), produtores fizeram o mesmo no centro de Taquaritinga.
Os agricultores pedem políticas públicas emergenciais que evitem mais prejuízos.
Da Folha de São Paulo