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Morre eleitora de Bauru que escorregou em santinhos de propaganda eleitoral
Notícias Região
Publicado em 11/10/2012

 

Enterro ocorreu na tarde desta quarta; tombo foi determinante para o óbito, informa hospital
 
 
Morreu nesta quarta-feira (10) a eleitora de Bauru que escorregou no "mar de santinhos" em volta da escola estadual Francisco Alves Brisola, no Núcleo Geisel, domingo. Conforme o JC noticiou, a aposentada Luciana Lucas, 64 anos, caiu, machucou-se e precisou ser socorrida pela Unidade Resgate (UR) do Corpo de Bombeiros.
 
Luciana Lucas era moradora do Jardim Carolina e estava internada desde domingo à noite no Hospital Estadual. A queda desencadeou agravamento do quadro geral da eleitora e foi determinante para o óbito, informa o HE, onde a morte foi constatada. O velório ocorreu na Funerária Saudade (Cemitério da Saudade). O enterro ocorreu às 14h30 no Cemitério do Jardim Redentor. Ela não deixa filhos.
 
Histórico
 
“Ela teve uma lesão na região pélvica. Nós a imobilizamos e a levamos ao Pronto-Socorro Central (PSC). Pelo que apuramos, ela já tem alguns problemas de saúde. Quando a socorremos, ela estava mesmo com muita dor”, dizia no domingo o soldado Rodrigo de Oliveira Massari Lopes, da Unidade de Resgate.
 
A cena foi registrada por uma eleitora, que ficou indignada com a situação. “Toda vez é mesmo a mesma coisa. É um absurdo. Eles falam tanto de meio ambiente e fazem isso”, afirma a esteticista Gleise Keller, 32 anos, revelando ainda que ela também quase escorregou e caiu.
 
Em outras partes da cidade, a grande quantidade de santinhos também foi visível. No colégio Ernesto Monte, Altos da Cidade, a vítima foi uma criança de 1 ano e 10 meses. Acompanhada pela mãe, a pequena Eliza escorregou e caiu. Por sorte, não se feriu com mais gravidade. Logo após o tombo, Eliza foi erguida pela sua mãe, Karla Poleti. O risco também foi para a mulher, que está grávida de sete meses.Também houve registro de tombos com ferimentos em colégios eleitorais de Piracicaba e São Paulo.
 
"Ela andava por tudo"
 
Vizinho de Luciana Lucas, o frentista Roberto Ferreira, 42 anos, disse ter ficado chocado com a morte. "Ela andava por tudo. Ia ao supermercado, à feira, à igreja evangélica", descreve. O maior problema de Luciana - que vivia sozinha em casa alugada do Jardim Carolina - era o fato de ser renal crônica. "Eu e minha esposa sempre ajudávamos para um transporte aqui e ali, uma compra de medicamentos... Mas ela era uma pessoa independente. E bem humorada, inclusive". A mulher dele, Fernanda de Paula Decleva, é enfermeira no Hospital Estadual e acompanhou de perto o drama da aposentada.
 
Como ocorreu
 
"Fomos juntos votar. Estacionamos o carro e descemos. Já de cara vimos que havia muitos santinhos ao redor da escola. Peguei dona Luciana pelo braço e segui assim com ela até o portão da escola. Lá, paramos. Pedi a bolsa dela para pegar RG ou título de eleitor. Ela deu a bolsa e fui verificar. Nisso, ela escorregou na papelada e já tombou forte, sentindo muitas dores. Uma policial estava por perto e veio ajudar até a chegada do resgate dos bombeiros. Dona Luciana estava boa, fazia tudo o que precisava, no ritmo dela. Ia ao mercado, à feira, à igreja evangélica Assembleia de Deus, que frequentava. Andava dentro de casa, onde morava sozinha. Seu problema era ser renal crônica. Isso era difícil para ela. Dona Luciana morreu sem dar seu voto aos candidatos Rodrigo Agostinho para prefeito e doutor Cristiano Barros para vereador. Estamos chocados com tudo isso."
 
Roberto Ferreira, 42 anos, vizinho e amigo de Luciana Lucas
 
Foto e reportagem JCNet
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