Primeiro papa latino-americano, Jorge Mario Bergoglio escolheu se chamar Francisco
A Igreja Católica anunciou às 20h14 (16h14 de Brasília) desta quarta-feira (13) quem é seu novo papa: o cardeal Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, da Argentina, foi o escolhido para suceder Bento 16 no conclave que começou na terça-feira (12) e terminou hoje, às 19h07 (15h07 de Brasília), quando a fumaça branca tomou a praça São Pedro. O nome papal escolhido pelo cardeal Bergoglio é Francisco 1º.
Em sua primeira aparição diante da multidão que se aglomerava em frente a Basílica São Pedro, o Papa Francisco demonstrou simpatia e humildade. Para espanto de alguns, antes da tradicional primeira benção como Papa, ele pediu para ser abençoado. Fez a multidão eufórica silenciar diante de si, inclinando-se para receber a bênção emanada do povo. A multidão se calou e abençoou seu Pastor.
Escolha aconteceu 13 dias após renúncia de Bento 16
Após 13 dias da renúncia de Bento 16, a quinta votação do conclave, realizada na tarde desta quarta-feira (13), terminou com a escolha do novo papa. Às 15h07 (Brasília), uma fumaça branca saiu da chaminé da capela Sistina, indicando que os cardeais chegaram a um consenso sobre o próximo líder da Igreja Católica Apostólica Romana.
Perfil
Filho de italianos, o argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, passou a maior parte de sua vida pastoral em seu país natal. É formado em farmácia e ensinou literatura, filosofia, psicologia e teologia antes de se tornar arcebispo de Buenos Aires em 1998. Tornou-se cardeal em 2001, quando o país vivia o caos na economia.
Com a ação concentrada na promoção social, Bergoglio também se focou nos esforços para restabelecer a reputação de uma Igreja que perdeu muitos fiéis na ditadura.
Na época, os religiosos sofriam críticas por não desafiarem abertamente um regime que matou e torturou milhares de argentinos.
Tornou-se uma voz respeitada, mas que não encontrou muita ressonância nos governos do casal Kirchner. A Argentina se tornou o primeiro país latino-americano a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Bergoglio foi duramente criticado por Cristina Kirchner quando disse que crianças adotadas por casais gays eram discriminadas. A presidente comparou os discurso dele aos dos tempos medievais e da inquisição.