Mulher dona de ficha criminal extensa fez vítimas na região de Bauru (SP).
Vítimas chegaram a pagar mais de R$ 50 mil para divulgar obras de arte.
Artistas plásticos da região Centro-Oeste Paulista estão acusando uma suposta curadora de obras de artes de estelionato. As vítimas alegam que pagaram mais de R$ 50 mil para a mulher divulgar suas pinturas, inclusive durante a Copa do Mundo no Brasil. No entanto, nada do que foi prometido aconteceu e profissionais de outros estados reclamam do mesmo golpe.
Segundo as vítimas, o primeiro contato é sempre por telefone. Uma artista plástica de Bauru (SP), que prefere não ser identificada, diz que foi procurada pela suposta curadora de artes que dizia negociar obras de arte em todo o Brasil. Ela aceitou o convite de divulgar suas telas em um livro que contaria com a participação de artistas plásticos consagrados, como mostra o trecho da gravação telefônica:
Golpista: O "Livro Ouro" deste ano só possui celebridades, pessoas com muita premiação, acervo e tudo mais, entendeu? Pessoas catalogadas e de muito alto gabarito.
"Quando eu recebi esse "Livro de Ouro" percebi que não tinha índice, não tinha número de páginas e não tinha editora. Era como se tivesse sido feito num fundo de quintal aquele livro", conta a vítima uma das vítimas. Além do livro, a artista também pagou pela suposta divulgação das suas obras em exposições, inclusive durante a Copa do Mundo.
A artista entregou R$ 25 mil para a golpista e só depois percebeu que tinha sido enganada. "Até hoje eu estou traumatizada com o que aconteceu, porque eu acredito muito nas pessoas e achei que estava tudo certo. De repente, você vê que você caiu em um golpe desses e fica muito triste", conta a mulher.
Identificada
De acordo com a polícia, a negociadora de artes tem uma longa ficha criminal por estelionato. Segundo as investigações ela tem várias contas bancárias, por onde recebe o dinheiro dos artistas. “O nome dela completo é Sandra Maria Pinheiro de Salles Santos. Mas ela se apresenta sempre como Sandra Pinheiro. Ela tem diversas passagens e inquéritos que geraram processos, nos quais ela já foi, inclusive, condenada com penas de prisão administrativa sempre pelo delito de estelionato”, explica o delegado Milton Bassoto.
G1