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Produtores vigiam plantações em torres de 50m para evitar incêndios
Notícias Região
Publicado em 23/07/2014

Em junho, os bombeiros combateram 247 focos de queimada em áreas de florestas e plantações no Centro-Oeste Paulista. O que representa 100% a mais que no mesmo período do ano passado. Só em Bauru (SP), nos últimos três meses, foram 198 incêndios.
O fogo invade o campo e muda a paisagem, já que milhares de hectares destruídos pelas chamas. É por isso que empresas da região aumentaram os investimentos na tentativa de controlar as queimadas.
 
Em Ourinhos, a concessionária que administra a Rodovia Raposo Tavares mantêm caminhões-pipa à disposição. Em Lençóis Paulista, uma indústria que produz celulose investiu pesado em prevenção. É que são 54 mil hectares de eucalipto e seria quase impossível controlar o fogo, se caso se espalhasse na floresta. 
Em épocas de seca, as lavouras são vigiadas o tempo todo. Por terra, engenheiros e técnicos percorrem as fazendas vizinhas para pedir ajuda dos agricultores no combate a incêndios. Torres de 50 metros de altura também ajudam. Elas foram construídas em sete pontos estratégicos. Uma parceria entre as empresas florestais da região.
Uma delas fica em Piratininga. A visão privilegiada é o que garante a rapidez para evitar a destruição. A tática funcionou. Nos últimos meses, 15 incêndios foram combatidos nas plantações de eucalipto. Francisco Leriano de Souza trabalha como torrista. Com um binóculo procura os focos de incêndio. Ele já percebeu que a rotina mudou. "Nesses dias de seca são cinco focos de incêndio por dia, em média", conta.
 
A empresa investiu ainda no isolamento das áreas que ficam às margens da rodovia, por meio de aceros e conta com mapeamento meteorológico das florestas.
"Com esses dados, é possível a gente extrapolar e identificar os níveis de perigo de incêndio, e em função disso direcionar onde está mais perigoso ou não o incêndio”, explica o gerente florestal Ariel Evandro Fossa.
 
Além da destruição, a fumaça enche o ar de poluição e invade as estradas, aumentando o risco de acidentes. "Está muito seco e é um perigo constante. É mais um perigo. A estrada já está muito perigosa e a fumaça realmente causa prejuízo pra gente", afirma o representante comercial Alcides Justino.
"A maior parte destes focos de incêndio começa pela cultura errada, equivocada de se fazer limpeza de terrenos ateando fogo. Além de ser uma prática proibida por lei, quando você faz isso em períodos de seca, a pessoa perde completamente o controle daquele foco de incêndio, que se alastra de maneira bastante rápida, dificultando o trabalho e pondo em risco a vida de pessoas, áreas de armazenamento de produtos inflamáveis, áreas de armazenamento de GLP, postos de combustíveis, residências, os veículos que trafegam pela rodovia", alerta o tenente Mário Augusto Damiatti, do Corpo de Bombeiros.
 
G1
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