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Casa alugada em SP pode ter servido de rota para fuga de Abdelmassih
Notícias Região
Publicado em 21/08/2014
O Ministério Público investiga se o ex-médico Roger Abdelmassih, preso acusado de ter estuprado 37 mulheres, passou por Jaboticabal (SP) durante o período de três anos em que esteve foragido. O município é um dos quatro, pelos quais, de acordo com a promotoria, o especialista em reprodução humana pode ter passado antes de fugir para Assunção, no Paraguai.
Condenado a 278 anos de prisão por 48 ataques a 37 mulheres, Abdelmassih foi encontrado na noite de terça-feira (19) no Paraguai depois de permanecer três anos foragido da Justiça e foi encaminhado para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. A Promotoria agora tenta descobrir se uma casa alugada por pessoas ligadas à família da mulher do ex-médico, que é de Jaboticabal, foi utilizada como rota de apoio para a fuga dele.
 
Segundo o promotor de Justiça Luiz Henrique Cardoso Dal Poz, vizinhos do imóvel alegaram não ter visto Abdelmassih na casa, mas viram a mulher dele no local. Há suspeitas, de acordo com ele, de que móveis tenham sido retirados da casa para serem levados a sua fazenda em Avaré (SP). “O que houve foi essa movimentação. O que houve foi a constatação da presença dela e a movimentação de objetos pessoais e de mobília, que foi uma das frentes de nossa investigação, saindo de Jaboticabal até a propriedade rural em Avaré”, disse Dal Poz, em entrevista por telefone à reportagem da EPTV.
O promotor também quer saber de que maneira o ex-médico conseguiu manter seu padrão de vida mesmo estando foragido da Justiça nos últimos três anos. “Isso é muito caro, muito caro mesmo. Então, ele precisava ter, com frequência, desencaixe de dinheiro, recebimento de valores, para poder manter todo esse padrão de vida foragido. Jaboticabal poderia ser uma das rotas de apoio a essa estrutura que funcionava para dar sustentação à fuga dele”, concluiu.
Denúncias e condenação
As denúncias contra o médico começaram em 2008. Abdelmassih foi indiciado em junho de 2009 por estupro e atentado violento ao pudor. Ele chegou a ficar preso de 17 de agosto a 24 de dezembro de 2009, mas recebeu do Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de responder o processo em liberdade.
A denúncia do Ministério Público à Justiça apontou que Roger Abdelmassih tinha estuprado 39 pacientes. O médico mantinha clínica na Avenida Brasil, na região dos Jardins, área nobre da cidade de São Paulo. Ao todo, as vítimas acusaram o médico de ter cometido 56 estupros.
Em 23 de novembro de 2010, a Justiça o condenou a 278 anos de reclusão. Foram considerados 48 ataques a 37 vítimas entre 1995 e 2008. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder em liberdade.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando o ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia.
Em maio de 2011, Abdelmassih teve o registro de médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
 
G1
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