A Caixa Econômica Federal (CEF) informou nesta quinta-feira (4) que o apostador que faturou o prêmio de R$ 46,7 milhões sorteados pela Mega-Sena na quarta-feira (3) já fez o resgate da bolada. Segundo a CEF, o sortudo fez uma aposta simples no concurso nº 1.632. Os números sorteados em Osasco (SP) foram 06 - 18 - 24 - 27 - 56 - 59.
Nesta quinta-feira, os R$ 46,7 milhões despertaram o interesse dos clientes da Lotérica 13 de Ouro, no bairro Planalto Verde, onde foi feita a aposta. Eles viram o sonho de ficar rico mais próximo da realidade. A curiosidade sobre a identidade do ganhador fez muita gente ir ao local.
“E agora aqui, dando esses prêmios, tem que apostar. Tem que acreditar. Não pode ficar só trabalhando, uma hora tem que melhorar de vida”, garante Giovani Caetano de Oliveira, de 46 anos, que trabalha como vigilante.
Muitos desses apostadores, inclusive, começaram a pensar no que fariam com tanto dinheiro – sonhos que vão de sítio no interior até campos de futebol e viagens. “Eu não tenho certeza do que eu faria. Mas, na verdade, são coisas básicas: carro, casa, conforto, investimento em educação. Porque eu sempre quis fazer faculdade mais para conhecimento, e nem tanto pela profissão”, afirma a auxiliar de enfermagem Camila Lopes, de 25 anos.
Sem pensar duas vezes, Camila diz que abandonaria a profissão para ter mais tempo para outras atividades. “Eu também viveria viajando e conhecendo lugares que a gente não pode normalmente. (...) Viver de lazer, ao invés de trabalho. Porque a gente trabalha porque precisa”, afirma.
Os sonhos do vendedor de doces, José Alves, de 55 anos, também não envolvem extravagâncias. “Se fosse eu, eu ia juntar a minha família, compraria uma casa para cada um, compraria um sítio para mim e deixaria o restante no banco. (...) Eu ficaria só no sítio. Porque eu gosto muito de roça. Eu curto mesmo.”
Desejos inusitados
A maioria dos apostares assegura que a primeira coisa que faria com o dinheiro seria ajudar a família e garantir uma vida confortável a todos. Contudo, alguns também possuem alguns sonhos particulares. Ildo Rocha, de 45 anos, revela, por exemplo, que seu desejo de consumo é um campo de futebol para os filhos. “Como eu tenho três meninos, e eles gostam de futebol, eu sempre falo que a gente compraria uma chácara e faria um campo de futebol particular para eles”, conta.
A dona de casa Vera Lúcia Menegussi também sonha em fazer algo pelas crianças. “Meu sonho é construir uma creche. Tem muita criança precisando e está faltando. Isso eu iria fazer de coração. Tomara que a pessoa que ganhou seja uma pessoa que precise e tenha consciência. Daria para fazer isso e muito mais e ainda ficar bem”. Ela é um dos poucos casos de mulheres que passam, toda semana, pela lotérica do bairro Planalto Verde para apostar.
O motorista Eli Ferreira, de 54 anos, também acha que investir em terras seria um bom negócio. “Eu ia comprar um rancho ou um sítio, para cuidar de umas vacas para não ficar à toa”, diz.
Mesmo que seja muito difícil ganhar, os clientes da lotérica acreditam que apostar, pelo menos, é uma tentativa de mudar de vida. “Eu vou pela teoria de que quem joga tem uma chance, ainda que pequena. Já quem não joga, a chance é zero. Então por isso que, podendo, eu sempre procuro apostar em algum jogo”, explica Rocha.
Apostador fiel
O corretor de imóveis, Geraldo Rodrigues, de 62 anos, pode se esquecer de qualquer coisa, menos de apostar. Há três anos, ele faz pelo menos seis apostas no valor mínimo. “Eu aposto sempre e aposto muito. Eu fui um dos que mais contribuiu para este prêmio que foi sorteado agora. Eu chego a gastar mais de R$ 1 mil por mês em jogos, geralmente na Mega, que é o que eu mais gosto de apostar”, conta.
Sempre acreditando, mesmo sem nunca ter ganhado nenhum prêmio, inclusive de outros jogos, ele revela que já chegou a apostar R$ 300 de uma vez só e conta, ainda, que se tivesse ganhado o prêmio milionário da Mega iria investir em construção civil. “Comprar imóveis, construir, vender. Eu já sou do rumo e já ia agilizar um pouco mais.”
G1
