Moradores da Avenida José Felício Castelano, em Rio Claro (SP), estão indignados com o corte de árvores em um canteiro central da via. Segundo eles, a ação teve início na quinta-feira (4) e já removeu em torno de 15 árvores. A Prefeitura informou que o procedimento foi necessário por conta do recapeamento da área e problemas estruturais causados pelas árvores em questão, segundo um laudo. O Ministério Público informou que não está ciente do caso e aguarda denúncias de moradores para apurar o caso.
O advogado Onésimo Malafaia, de 54 anos, é residente da avenida há 15 anos e foi um dos moradores que deu início ao plantio das árvores no canteiro, que posteriormente foi continuado pela Prefeitura. "O problema é sério, pois são árvores que plantamos e cuidamos há muito tempo por toda a avenida que estão sendo cortadas. Inclusive as que foram colocadas pela própria Prefeitura. Acho um crime contra a natureza matar plantas como Pau Brasil, Mangueiras, Ipês e Jacareiras", reclamou. Outros moradores denunciaram o corte através das redes sociais.
O promotor de meio ambiente Gilberto Porto Camargo confirmou a necessidade de um laudo pericial para comprovar a necessidade de poda ou remoção de árvores. Se não for apresentado, pode gerar multa. "Precisamos da ajuda do cidadão para denunciar esse tipo de problema. Sem a participação dele, não tomaremos conhecimento de todas as ações desse tipo", afirmou.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura informou que o corte das árvores faz parte de uma ação de recapeamento de toda a Avenida José Felício Castelano, que liga diversos bairros. "Após análise técnica, ficou constatada a necessidade de remoção de algumas árvores ao longo da avenida, trabalho que a prefeitura está realizando. Laudo emitido no mês passado prevê a retirada das árvores", ressalta o comunicado.
Entre os problemas constatados pelos técnicos da Prefeitura estão as raízes expostas que danificam a pavimentação e o sistema de drenagem, prejudicando as bocas de lobo. A nota ainda afirma que houve casos de árvores com copas desequilibradas, o que aumenta o risco de queda em casos de ventos e chuvas fortes.
A Prefeitura ainda garantiu o plantio de 40 novas árvores para compensar a retirada de 16. Cerca de 20 serão plantadas na própria avenida. Para as demais ainda não há local definido.
Outro caso
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público apresentou uma denúncia a respeito do corte de árvores na "Passarela do Samba", também em Rio Claro, para a realização dos desfiles de carnaval. Na ocasião, quatro árvores foram cortadas para a montagem de estruturas metálicas que seriam utilizadas durante o evento.
O promotor Gilberto Camargo foi o autor da ação na época, que teve como resposta a promessa de que seriam plantadas pela Prefeitura 50 árvores para cada uma das removidas. "Há dois meses, cobrei que o prefeito comprovasse a compensação, mas não obtive resposta. O processo ainda não voltou às minhas mãos", afirmou.
G1