Uma empresa de Barretos (SP) alega ter sido vítima de hackers e tenta recuperar mais de R$ 110 mil na Justiça. A responsável pelo departamento financeiro, Maria Helena da Silveira Torres, afirma que percebeu o suposto estelionato em maio deste ano, quando acessou a conta pelo computador e notou duas transferências, de R$ 97 mil e R$ 98 mil, que não tinham sido feitas por ela. Os valores, segundo levantamentos da empresa, foram parar em duas contas de unidades diferentes do Banco do Brasil em Catanduva (SP), mas de um único cliente.
A assessoria de imprensa do Banco do Brasil em Brasília (DF) informou que o caso está sendo analisado por especialistas.
A Polícia Civil vai pedir a quebra dos sigilos bancários da vítima e da pessoa beneficiada pelo depósito.
Golpe
Maria Helena explica que percebeu o desfalque na conta da empresa no dia 22 de maio. A suspeita é que o computador usado por ela tenha sido invadido por hackers porque, dias antes, a gestora afirma ter recebido um e-mail com orientações para a atualização do programa usado por ela para fazer as transações bancárias pela internet.
Após constatar os débitos, a funcionária registrou um boletim de ocorrência e notificou o banco que, por sua vez, conseguiu reaver e devolver pouco mais de R$ 80 mil à empresa.
Entretanto, mais de R$ 110 mil ainda não foram ressarcidos, o que motivou a ação movida pela empresa na Justiça. De acordo com Maria Helena, o Banco do Brasil argumenta que o antivírus do computador usado pela gestora pode ter sido o motivo da transferência indevida. “Eles me informaram que houve problema aqui, no meu computador. Que a retirada foi feita daqui.”
No entanto, a chefe do financeiro lembra que uma semana antes do ocorrido entrou em contato com o banco para tirar uma dúvida sobre uma mensagem que apareceu no sistema. “Recebemos uma atualização do banco pela internet, para atualizar o cadastro. Ligamos no 0800 [da financeira] e a moça confirmou: ‘pode atualizar’. Chamei o meu companheiro de serviço, perguntei para ele, porque ele me acompanha nesse processo, e nós atualizamos”, conta.
Maria Helena ressalta que após a operação a máquina apresentou problemas. “Ficou lento o dia inteiro, esse computador. Depois do acontecido, do banco, que nós fomos descobrir porque o computador estava lerdo e com a tela escura, como se estivesse ligado outra rede. É um golpe, afirmo com certeza”, concluiu.
A advogada que cuida do caso para a empresa, Aline Gonçalves Imbernom, diz que foi proposta uma ação de restituição imediata da quantia em questão e que agora aguarda uma decisão. “O banco tem o dever de garantir a segurança das operações financeiras que forem realizadas pelos clientes nos meios que eles disponibilizam - computador, telefone celular, caixa eletrônico.
A partir do momento em que o banco não dispõe de ferramentas tecnológicas suficientes para garantir a segurança do dinheiro do cliente que está sob sua custódia, surge o dever de indenizar”, defende Aline.
G1