Moradores de Barra Bonita comemoraram nesta segunda-feira (22), o Dia do Rio Tietê. E a grande preocupação de todos continua sendo a poluição das águas do rio que um dos mais importantes do interior paulista. Hoje, mais de cinquenta mil alevinos de pacu-guaçu foram soltos no rio. Crianças e adolescentes que participam de projetos sociais também deixaram uma mensagem na cápsula do tempo, uma caixa que guarda mensagens para serem lidas futuramente.
Os participantes responderam a uma pergunta: Como você imagina o Rio Tietê nos próximos 50 anos? A estudante Maísa Silva aprovou a iniciativa. "Se a gente não cuidar, vai faltar de qualquer maneira, porque a água não é para sempre. E a gente vai precisar beber um dia essa água. Se a gente não cuidar, como que a gente vai beber?"
A devastação vista de cima é a mesma que compromete a economia no Centro-Oeste Paulista. A seca também deixou o Rio Tietê vazio de grandes comboios. A navegação só é permitida a navios de turismo ou pequenas embarcações. A Hidrovia Tietê-Paraná continua interditada. Sem chuva, o leito do rio baixou mais de 5 metros em alguns trechos.
O transporte de grãos e celulose vindos dos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul está suspenso. “A solução é chover. Hoje não temos uma solução definida que não seja uma chuva para poder elevar o nível dos reservatórios", afirma o comandante Márcio Costa Lima.
É a mesma prece dos pescadores da região. Com menos água e mais poluição, acabou a fartura. "Há 15 anos atrás, para não trabalhar muito, a gente pegava, em média, 250 quilos de peixe. Então hoje, caiu bem. O pescador está pegando em torno de 20 quilos de peixe por dia", conta Edvando Soares de Araújo, presidente Colônia de pescadores de Barra Bonita
Embora não haja motivos para comemorar, os moradores de Barra Bonita homenageiam o Rio Tietê todos os anos. Tentam, por meio da cultura, chamar a atenção para a necessidade de preservar as águas do Tietê.