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Em meio a seca, furto de água se torna crime comum no interior de SP
24/09/2014 09:42 em Notícias Região

Em uma época marcada pela estiagem, a Polícia Civil apura um número crescente de casos de furto de água em Brodowski (SP). Apenas nesta semana, duas pessoas foram presas pelo crime. De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saaeb), desde o começo do ano já foram detectadas 59 fraudes. Em apenas um deles, estavam sendo gastos, de forma ilegal, mais de 15 mil litros de água por dia.

O delegado José Augusto Franzini, responsável pelas investigações, conta que a prática já vem sendo observada há algum tempo pelo Saaeb, mas somente agora passou a ser comunicada à polícia. “Até então, o procedimento do Saaeb era orientar, pedir para desfazer. Mas eu disse que não, que a obrigação deles é comunicar a polícia, já que é crime. Desde então já foram dois casos”, afirma.
 
Ele alerta que o delito é um furto como qualquer outro, além de também ser uma forma de desviar dinheiro público. A pena para este crime pode chegar a oito anos de prisão.
 
Na primeira ocorrência registrada esta semana, o proprietário de uma chácara foi preso ao fazer instalações irregulares pela segunda vez. “Primeiro a gente solicitou do proprietário que desfizesse as ligações. Como ele não desfez, a gente foi lá e desfez, mas no dia seguinte ele refez, o que nos obrigou a registrar boletim de ocorrência”, explica o superintendente do Saeeb, Olavo Dalpogeto. Em apenas 24 horas, o dono da terra havia consumido, por meio de uma única ligação clandestina, 15 mil litros de água tratada para cuidar de cavalos e regar o pasto.
 
Já nesta terça-feira (23), um homem foi flagrado furtando água para usar em uma obra no centro da cidade. “Essa pessoa foi autuada em flagrante. Tendo em vista que o local era muito evidente, entendi que era o caso de um furto simples e ele foi liberado mediante pagamento de R$ 2 mil de fiança”, diz conta Franzini.
Prejuízos
 Segundo o delegado, quem furta água não o faz por precisar e acaba prejudicando todos os outros moradores. “Infelizmente não é gente que precisa não. É gente que pode pagar”, alerta.
 
Devido aos furtos e à inadimplência, o déficit mensal do Saaeb chega a R$ 140 mil. Por não ter dinheiro em caixa, a autarquia já acumula uma dívida de R$ 6 milhões. “De cada mil litros de água que nós retiramos, a parte furtada mais a parte que a gente perde para a rede de amianto chega a 40%. Mas eu diria que cerca de 30% da população está furtando água”, adverte Dalpogeto.
 
Tal índice representa que, aproximadamente, 2,7 mil ligações da cidade, do total de 9 mil, apresentam algum tipo de fraude.
 
G1
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