Dois jornalistas foram mortos pelo grupo que se autodenomina "Estado Islâmico" nos últimos quatro dias, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras.
Mohanad al-Akidi, correspondente da agência de notícias Sada na cidade iraquiana de Mosul – território no norte do país dominado pelo "EI" – foi assassinado com um tiro na base de Ghazlani na segunda-feira.
O jornalista foi raptado pelo grupo extremista ainda em julho quando tentava viajar para a província de Dohuk.
Na sexta-feira, Raad Mohamed al-Azzawi, que trabalhava como câmera da TV Sama Salah Aldeen, foi decapitado por militantes do "Estado Islâmico" na cidade de Samarra. Ele também havia sido raptado pelo grupo há cerca de um mês.
A ONG Repórteres Sem Fronteiras – que promove e defende a liberdade da imprensa mundial – afirmou estar "horrorizada pelos constantes crimes de violência do grupo jihadista".
"O 'Estado Islâmico' está seguindo uma política de violência indiscriminada que não mostra piedade para com os jornalistas e não hesita em raptar, torturar e assassiná-los", disse a diretora da ONG Lucie Morillon.
"As equipes de imprensa precisam mais do que nunca de apoio e proteção das autoridades locais", ela acrescentou.
Diretrizes de mídia
A maioria dos jornalistas estrangeiros já fugiu dos grandes territórios de Iraque e Síria que foram controlados pelo "Estado Islâmico" por medo de virarem alvo de ataques ou sequestros – apenas repórteres locais ficaram nesses lugares para registrar os acontecimentos.
O "Estado Islâmico" já decapitou os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff nos últimos dois meses e mantém o jornalista britânico John Cantlie como refém – o grupo já chegou a usá-lo em diversos vídeos com ameaças.
No início do mês, o "EI" divulgou diretrizes a serem seguidas por jornalistas que estão trabalhando na província síria de Deir al-Zour. A orientação do grupo extremista incluía um pedido para os jornalistas jurarem fidelidade as "Estado Islâmico", submeter matérias para aprovação dos militantes e informar o grupo de quaisquer contas nas redes sociais. Qualquer um que violasse as diretrizes seria "responsabilizado por isso".
Segundo os Repórteres Sem Fronteiras, Raad Mohamed al-Azzawi foi ameaçado de morte pelo "Estado Islâmico" em setembro após ter se recusado a trabalhar pelo grupo.
G1