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Família de garoto comemora liberação de medicamento à base de maconha
16/10/2014 09:55 em Notícias Região
A família do garoto de São Carlos (SP) que precisa fazer uso diário do medicamento Canabidiol (CBD), que é feito à base de maconha, comemorou a decisão do Conselho Regional de Medicina (Cremesp) de São Paulo de liberar o uso e a prescrição. A liberação do uso para o menino foi parar na Justiça, conforme mostrou o G1 em julho deste ano. O órgão publicou no dia 9 de outubro uma resolução que regulamenta o uso do remédio para casos de epilepsias mioclônicas graves, que não tenham apresentado melhora com os tratamentos convencionais.
 
As convulsões de João, de 7 anos, diminuíram de 30 por dia para uma por semana depois que ele começou a tomar o remédio.  Ele sofre da Síndrome de Dravet, um tipo raro e grave de epilepsia. A mãe do menino, Joseane Marcolino Alves, teve que entrar na Justiça para conseguir o medicamento. “Os médicos não prescrevem a droga por não estarem cientes de como ajudar. A gente sofreu muito com isso, pois sem autorização não tem como trazer o remédio”, contou.
 
Com a decisão, os médicos estão autorizados a receitar o remédio para pacientes. “Foi uma vitória muito importante. Nós, que fizemos toda a trajetória, sabemos o quanto foi difícil. Agora outras mães poderão comprar legalmente, além de ter a prescrição”, disse Joseane.
 
A partir da autorização, a mãe espera que o preconceito também seja combatido. “O pessoal tem muito preconceito porque acham que eu estou dando maconha para o meu filho. Não é bem assim. Não estou levando ele para o mundo das drogas, estou salvando a vida dele”, afirmou Joseane.
 
CBD e Autorização
A substância encontrada no remédio é derivada da Cannabis Sativa e não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para que se possa fazer o uso do remédio é preciso solicitar a importação portando a prescrição e o laudo médico que comprove a condição.
 
Em maio, uma reunião da Diretoria Colegiada do órgão, em Brasília (DF), discutiu se o Canabidiol seria retirado da lista de substâncias de uso proscrito para entrar para a lista de substâncias de controle especial (comercializado com receita médica de duas vias). Entretanto, um dos diretores pediu vista do processo, o que adiou a decisão.
 
O caso
Em julho, o Tribunal de Justiça obrigou o Estado de São Paulo e a Prefeitura de São Carlos a fornecer o medicamento Canabidiol (CBD) para João. No dia 4 de agosto, a Anvisa autorizou a compra do remédio.
A família tinha dificuldades em arcar com os custos do medicamento. Joseane afirma que chegou a pagar R$ 1.444 em uma ampola, que seria suficiente para um mês. Por isso, a família recebia ajuda de parentes, amigos, parentes, vizinhos e até empresários da cidade.
 
G1
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