A circulação de dinheiro falso em Marília (SP) aumentou nos nove primeiros meses de 2014, segundo o levantamento foi feito pela Polícia Federal. De janeiro a setembro do ano passado foram 27 ocorrências. No mesmo período deste ano, já são 33 inquéritos abertos. Para evitar o prejuízo, os comerciantes recebem orientações e podem usar a tecnologia para identificar as notas falsas.
As imagens da câmera de segurança de um posto de combustíveis flagraram quando um grupo deixou um prejuízo de R$ 100 ao dono do posto. No vídeo aparecem três veículos parados para abastecer, cada um em uma bomba. Um rapaz de boné sai do carro e circula de um lado para o outro enquanto o frentista abastece o veículo. Na hora de pagar, segundo o dono do posto, ele entrega uma nota de R$ 50 falsa. O frentista não confere o dinheiro e guarda direto no bolso.
Em outro carro estão duas mulheres. Enquanto o veículo também é abastecido o rapaz de boné entrega dinheiro para a motorista pagar o combustível. É mais uma nota falsa de R$ 50. O dono do posto entregou uma cópia do vídeo e o dinheiro falso à Polícia Federal e ficou com o prejuízo de R$100.
“A gente já conversava com os funcionários sobre as notas falsas, mas agora a gente reforçou. Tento mostrar quais são itens que mostram na nota que ela é falsa, essa notas que eles pegaram tinha até marca d’água, mas era meio grotesca a falsificação. Se o funcionário tivesse tomado mais cuidado ele teria percebido”, afirma Pedro Ros.
Apesar de tomar alguns cuidados na hora de conferir o dinheiro que recebe, o dono de uma loja de produtos populares também saiu no prejuízo. Por duas vezes, o comerciante Agnelo Souza foi vítima do golpe da nota falsa. Ele pegou uma de R$100 e outra de R$50. “Nos dias de fraco movimento dá pra identificar, mas nos dias de movimento passa desapercebido, mas a tenção aumenta.”
Atenção no comércio
E não faltam orientações aos comerciantes. Além do site do Banco Central mostrar todos os passos para não cair no golpe, o superintendente da associação comercial de Marília, José Augusto Gomes, também manda avisos todos os meses. “Hoje existe uma série de elementos dentro de uma nota para que se identifique se ela é falsificada, o selo holográfico, a marca d’água e até a textura do papel que é diferente.”
Outra forma de ajudar na identificação de uma nota falsa está nas mãos da maioria dos brasileiros que tem celular. O Banco Central lançou um aplicativo para smartphone e tablet chamado dinheiro brasileiro. O aplicativo não acusa se a nota é falsa ou verdadeira, mas ele aponta todos os itens de segurança para se prevenir desse tipo de golpe.
Mas o delegado federal José Navas Júnior diz que um dos dispositivos mais eficazes de identificação do dinheiro falso é esta máquina de ultravioleta. A luz destaca as marcas de segurança, a nota mais apagada é falsa. As que mantêm as marcas iluminadas são verdadeiras. O equipamento custa menos de R$50.
O dono de um posto usou essa máquina e evitou de receber uma nota falsa na semana passada. O comerciante chamou a polícia e no carro do estudante de odontologia tinha mais R$ 300 em notas falsas. Ele foi preso.
O delegado federal diz que o crime é inafiançável, a pena varia de 3 a 12 anos de prisão, além de multa estipulada pela Justiça. A Polícia Federal pede atenção, pois quem recebe dinheiro falso e repassa, também comete crime. “Não é o fato de você receber e depois querer tirar seu prejuízo repassando a nota que vai te excluir do crime, é crime da mesma forma.”
G1