Desde que passaram a aplicar multas, em 16 de outubro, os fiscais do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Barretos (SP) autuaram 38 moradores da cidade por desperdício de água. A medida foi anunciada com o início do racionamento no município e, segundo o superintendete da autarquia, a principal infração cometida é a lavagem das calçadas. Para evitar os abusos, a fiscalização também ocorre de madrugada.
A inspeção é feita por 12 fiscais do Saae, que percorrem toda a cidade para verificar ocorrências de desperdício. Caso um morador seja flagrado lavando o carro ou a calçada, ele recebe uma orientação do fiscal, que registra os dados da residência e fotografa a infração. Se a mesma pessoa for flagrada novamente desperdiçando água, ela recebe a multa R$ 264,60. Em caso de reincidência, o valor dobra. Os 38 moradores multados estão entre as 48 pessoas que foram falgradas em situação irregular.
Madrugada
Atualmente, a fiscalização acontece em todos os períodos do dia, já que precisou ser estendida também para a madrugada, devido aos moradores que se aproveitavam da ausência dos ficais entre meia-noite e 6h para usar a água de maneira indevida.
“Nós temos os fiscais que estão rodando a cidade inclusive de madrugada, para poder fiscalizar e verificar as denúncias que nós estamos recebendo de pessoas que estão desperdiçando”, afirmou o superintendente do Saae, Silvio de Brito Ávila.
A medida é necessária já que o consumo de água da cidade aumentou 40% no período de estiagem. “Nós gostaríamos de não aplicar multa nenhuma. Mas é importante que as pessoas se conscientizem. A maior parte já entendeu e está colaborando”, disse Ávila.
Racionamento
Além das multas, o município também enfrenta períodos de racionamento, embora, nos últimos dias, ocorra apenas por algumas horas durante a madrugada. Isso é feito para que o nível do Córrego Pitangueiras, que representa 60% da captação da cidade, seja normalizado. “Nós adotamos essa medida preventiva para evitar que nós tivéssemos problemas sérios mais para frente. O nível do córrego começou a descer com muita velocidade, começou a cair muito, e aí nós resolvemos entrar em um período de racionamento oficial, porque dessa maneira a gente passa a ter mecanismos para poder multar quem estiver desperdiçando”, explicou Ávila.
Mesmo com as chuvas dos últimos dias, o nível do córrego ainda está 20 centímetros abaixo do ideal. Não há previsão para que as duas medidas sejam canceladas, já que o município depende das chuvas para normalizar o abastecimento.
G1