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Denúncia de monitora que ofendeu menina em creche partiu de diretora
Notícias Região
Publicado em 10/11/2014
A diretora da creche municipal onde trabalha a monitora suspeita de publicar na internet a foto de uma aluna de quatro anos associada a uma frase preconceituosa foi a responsável por ter denunciado o caso à Secretaria de Educação de Tupã (SP). Na imagem da menina, a mulher teria escrito na legenda: “É você, Satanás?”. Procurada pela reportagem da TV TEM neste sábado (8), ela preferiu não comentar sobre o assunto.
 
Rosimeire Vieira Félix conta que ficou indignada com o caso e por isso denunciou a publicação à Secretaria da Educação, na sexta-feira (7). “Ao falar com as funcionárias de manhã, chamei a atenção pelo uso do celular. Elas me disseram o que estava acontecendo e fui informada que a foto estaria no grupo. Fiquei chocada e na hora entrei em contato com a Secretaria para que medidas fossem tomadas. Também ligamos para os pais para que não ficassem sabendo disso por terceiros”, afirma a diretora da creche.
A diretora afirma ainda que foram disponibilizadas pela creche psicólogas e outros profissionais para dar apoio a eles e à criança. “Isso não deixa revoltados porque não é o que pregamos como educadores em Tupã. É muito grave usar a rede social como uma arma e denegrir a imagem das pessoas”, diz Rosimeire, que ainda não teve contato com a funcionária.
De acordo com informações do motorista Eduardo Souza de Oliveira, de 32 anos, a filha tem estrabismo e a professora teria retirado os óculos da criança e bagunçado o cabelo dela antes de tirar e publicar a foto. A fotografia foi publicada pela monitora da creche municipal, responsável por cuidar da criança no local, para um grupo de pessoas em um aplicativo de celular.
 
Eduardo conta que estava trabalhando quando recebeu uma ligação da secretária da Educação pra buscar a filha mais cedo na creche. “Estava no trabalho e a minha esposa que soube primeiro. Fomos na escola e depois na delegacia fazer um boletim de ocorrência. É uma situação humilhante porque expos demais a minha filha com uma frase absurda, que não se diz para ninguém”, afirma.
O motorista afirmou ainda que chegou a conversar com a monitora da filha e ela teria dito que tudo não passava de uma brincadeira. "Ela teve a coragem de dizer que gosta muito da minha filha, mas o que ela fez demonstra totalmente o contrário. Ela levou na brincadeira, mas para a gente foi humilhante", comenta Eduardo. 
O pai da criança registrou um boletim de ocorrência. A acusação contra a funcionária foi baseada no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que protege os menores de idade, é de submeter crianças e adolescentes a situação constrangedora ou vexatória, se condenada, ela pode pegar de seis a dois anos de prisão.
'Está arrependida', diz diretor
De acordo com a prefeitura de Tupã, a funcionária será afastada da sala de aula onde trabalhava para evitar proximidade com a criança e deverá exercer as atividades com outra turma, mas na mesma creche. A prefeitura afirmou ainda que vai abrir um processo administrativo para avaliar a conduta da funcionária.
 
A mulher suspeita de mandar a mensagem trabalha há um ano na creche "Cintia dos Reis Oliveira" e auxilia o trabalho da professora. Juntas, elas são responsáveis por uma sala com 22 crianças de até quatro anos de idade.
“Nós fomos notificados pela diretora e instauramos procedimento administrativo para apurar as infrações da servidora. Será formada uma comissão e ela poderá ser demitida. Ela disse estar arrependida e preocupada com o que fez e diz que não quis usar o termo dessa forma, disse novamente que foi uma brincadeira, mas isso não é nem de longe uma atitude cabível”, disse o diretor do departamento do órgão, Júnior Navarro.
 
“Este não é um crime comum porque envolve uma criança em ambiente escolar, cuja pena é prevista de seis meses a dois anos de prisão. A partir de agora, ouviremos a monitora, os pais e os funcionários da escola. Já oficiamos a Secretaria de Educação e o Conselho Tutelar para que os órgãos tomem as providências administrativas cabíveis”, afirma a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher, Cristiane Camargo Braga. 
 
G1
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