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Adolescente fica em estado vegetativo após diagnóstico de apendicite
Notícias Região
Publicado em 12/11/2014
A Polícia Civil investiga uma suspeita de negligência médica em Bauru (SP). Um menino de 14 anos recebeu atendimento em um hospital de Bauru (SP) com dores no abdômen. No entanto, de acordo com os pais, a demora no diagnóstico de apendicite deixou Leonardo dos Santos Magalhães em estado vegetativo.
Leonardo chegou ao hospital particular com fortes dores na barriga no dia 14 de setembro. Segundo os pais, o adolescente foi medicado e voltou para casa. “Ele desmaiava lá comigo, estourava a veia dele e elas não falavam nada. Eu gritei, ai elas foram ajudar, porque ele estava falando que ia morrer, que estava com sede e nada fazia, não tinha médico, não tinha nada”, conta o pai do garoto, Marcelo Ferreira Magalhães.
Na segunda ida ao hospital, o médico teria diagnosticado apendicite, mas o quadro clínico já tinha se agravado para uma septicemia - uma infecção no corpo todo, causada por bactérias. “No outro dia que  eles foram fazer o exame, ele já tinha desmaiado no quarto, pela terceira vez e ai levaram para fazer o exame e até agora meu filho está lá”, diz a mãe de Leonardo, Cristina dos Santos.
 
Leonardo permanece internado no hospital em Bauru. Ele recebe comida por uma sonda, não fala e não anda.  Segundo o advogado da família, apesar de estar em estado vegetativo, o hospital deu alta ao menino e os pais não têm condições de seguir o tratamento em casa. “A questão prioritária é que Leonardo seja tratado, cuidado adequadamente e não jogado para fora do hospital, sem uma assistência, sem um cuidado, sem que o hospital se responsabilize pela alimentação, que é cara. E, em um segundo momento, que o hospital seja responsabilizado pela manutenção do Leonardo e indenizá-lo da dor que ele sofreu e a família também”, afirma Olavo Pelegrina.
O advogado dos pais do Leonardo entrou com pedido de instauração de inquérito para que a polícia investigue se houve ou não negligência médica. Nos próximos dias, o delegado responsável pelo caso deve ouvir todos os envolvidos, médicos, enfermeiro e os pais do adolescente. “É prematuro afirmar alguma coisa sem ouvir os profissionais da área e as testemunhas, então nós esperamos que com o decorrer dos dias nós possamos fazer uma avaliação melhor do caso”, explica Eduardo Sganzela.
"Eu trouxe ele andando, agora mandaram meu filho daquele jeito, não anda, não come, não fala nada. Abriram a barriga dele e puseram uma sonda para ele comer. Como que eu vou cuidar do meu filho? Eu sou um trabalhador normal", questiona o pai.
Os pais ainda acusam o hospital de uma queimadura na perna de Leonardo e de não virar o corpo do adolescente com frequência para evitar escaras. O representante do hospital disse que não vai se pronunciar sobre o caso. Já o Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que o caso não chegou ao órgão e por isso não é possível avaliar o que aconteceu, mas que, em uma situação como essa, a conduta dos médicos precisa ser analisada, já que na hora do atendimento eles precisam fazer um exame físico adequado.
 
G1
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