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'Foi defesa', diz advogado de suspeito de agredir jovem em porta de boate
13/11/2014 09:33 em Notícias Região
O advogado do suspeito de agredir na porta de uma casa noturna o dentista João Paulo de Moraes Camilo, que morreu após ficar uma semana em coma induzido em um hospital de Ribeirão Preto (SP), afirmou nesta quarta-feira (12) que o rapaz agiu em sua própria defesa.
Ari Moreira, advogado do estudante Gabriel Navarro, de 19 anos, confirmou versão de testemunhas de que o rapaz foi impedido pelos seguranças da casa noturna de entrar no estabelecimento por estar de bermuda e afirmou que ele ia embora do local com a namorada quando foi xingado por Camilo e outros três amigos. “Um dos meninos o ofendeu moralmente e um deles partiu para cima dele, e ele se defendeu”, afirma. O advogado não confirma se houve soco no momento da agressão. “Ele apenas alega que se defendeu, não sei se teve soco ou empurrão”, diz Moreira.
 
Navarro foi identificado pela Polícia Civil no dia 6 de novembro e ainda não prestou depoimento.
Ainda de acordo com o advogado, após a confusão Navarro correu e ainda foi perseguido pelos amigos do dentista. “Ele saiu correndo e ele mesmo ligou para a polícia, dizendo o que tinha acontecido e só quando a polícia chegou é que ele voltou ao local”, declara o defensor. Moreira afirma também que a briga não teve início por causa de cigarros e que ele não estava embriagado. "O Gabriel [Navarro] é um menino que não fuma nem bebe."
O suspeito de agressão foi indiciado pela Polícia Civil no dia 6 de novembro e na terça-feira (11) o pai do estudante se apresentou ao 1º Distrito Policial de Ribeirão Preto, onde prestou depoimento e apresentou a versão do filho. O advogado de Navarro entrou com pedido de carta precatória, para que ele preste depoimento à polícia na cidade onde mora, Ibitinga (SP). Segundo Moreira, o estudante está em estado de choque e recebe acompanhamento psicológico. “Declarou para o pai que sabe que o que aconteceu acabou com a vida dele”, diz o advogado.
 
O caso
A agressão que resultou na morte de Camilo aconteceu na madrugada de 2 de novembro, na porta de uma casa noturna na Avenida Nove de Julho, no bairro Jardim São Luiz.
Segundo a amiga da vítima, a dentista Ana Carolina Cabral Roque, o suposto agressor chegou de táxi ao local acompanhado da namorada e estava visivelmente embriagado. Ele, então, teria sido proibido de entrar na boate porque usava bermuda.
Ana Carolina conta que após ser barrado, o rapaz começou a ofender a ela e aos amigos. “Começou a xingar todo mundo. Mesmo sabendo que ele não poderia entrar na casa, ele ficou ali. A todo momento ele ficava pedindo cigarro, ele queria fumar. E ficou irritado porque ninguém da nossa turma que estava ali tinha um cigarro”, disse a jovem.
Momentos depois, segundo Ana Carolina, Camilo deixou a casa noturna e se juntou a ela e ao restante da turma que esperavam por um táxi. Novamente, o suspeito voltou a pedir cigarros, e como ninguém da turma fumava, ele teria ficado muito nervoso. “Esse moço xingou todo mundo da nossa turma, que era um absurdo ninguém ter um cigarro. Aí ele foi em uma casa de lanches, em frente à casa noturna. No que ele voltou, ele veio pegando impulso de uns 4 metros e deu o soco no João Paulo. O soco foi forte. Ele poderia ter acertado qualquer um que estava ali. Ele descontou a raiva no primeiro que viu pela frente. O soco acertou o queixo do João Paulo, que já caiu sem consciência, desmaiado”, afirma.
Amigos do dentista chamaram a polícia e levaram Camilo para o Hospital São Paulo. Em seguida, ele foi transferido para a Santa Casa, onde passou por uma cirurgia, ficou internado em coma induzido por uma semana, mas não resistiu.
Ainda de acordo Ana Carolina, assim que deu o soco na vítima, o suspeito fugiu do local, mas depois voltou, negando que houvesse agredido alguém.
 
G1
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