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Sob chuva, Paul McCartney faz show intenso e saúda fãs de SP: "É nóis"
Música
Publicado em 26/11/2014
Paul McCartney pode ser a solução para a falta de chuva em São Paulo. Das duas últimas visitas para tocar na cidade, trouxe tempestade. Em 2010, ele soltou a frase inesquecível sobre o tema: “Tudo bem in the rain?”. Nesta terça-feira (25), de novo debaixo d’água, seguiu o roteiro esperado da turnê “Out there”: 39 músicas em 2h40, intercaladas com brincadeiras na língua local. Uma gracinha especial aos paulistanos foi o “é nóis” antes de “Yesterday”. Já “I´ve just seen a face” ganhou um “ô, meu”.
 
O show do ex-beatle foi a estreia musical do Allianz Parque, novo estádio do Palmeiras, na Zona Oeste da cidade. A lotação foi esgotada, com 45 mil pessoas. Ele faz nova apresentação, para o mesmo número de fãs, nesta quarta-feira (26). Será a última data da turnê mundial “Out there”, que começou e vai terminar no Brasil. A estreia foi em maio de 2013, em Belo Horizonte. A previsão é de “chuva a qualquer hora” para quarta em São Paulo. Caso se confirme, é de se pensar em um projeto de trazê-lo mensalmente, para encher reservas e estádios.
 
Paul não fez nada fora do esperado. Na comparação com as outras paradas brasileiras de 2014, o repertório foi idêntico ao do Rio, e teve só duas músicas diferentes de Brasília e uma de Cariacica (ES). O que variou foi a abertura (“Magical mistery tour” em Brasília e “Eight days a week”, nas outras) e uma faixa do bis (“Get back” em Brasília e Cariacica e “Hi hi hi”, no Rio e SP).
Previsível não significa  burocrático. O gritão de adolescente, aos 72 anos, de “Nineteen hundred and eighty-five”, deixa claro: Paul é intenso e não está no palco (só) de brincadeira.
 
A chuva caiu forte durante o dia e início da noite e atrapalhou a chegada no estádio. O show começou com atraso de 45 minutos, às 21h45. Nesse momento, nem chovia tanto. No meio da apresentação, a chuva deu uma trégua, só para voltar mais intensa, até o último bis. Não que tenha atrapalhado a festa. Deu até um drama a mais na sequência matadora de “Let it be”, “Live and let die” e “Hey jude”. Outro ápice do show, este menos óbvio, é “Blackbird”, em que ele cita a inspiração no movimento negro norte-americano, e “Here today”, dedicada a John Lennon.
Do disco mais recente, o ótimo “New”, ele toca quatro músicas. O veterano pinça as mais adequadas para estádio (“Everybody out there” é a que mais funciona) e deixa de fora as mais introspectivas, como “Early days”. É tudo certinho pensado para manter o público entretido durante as quase três horas de show “bombando”, como ele mesmo define em português em “I’ve just seen a face”.
Claro, há variações de resposta quando vêm os hits óbvios dos Beatles (“Ob-la-di-ob-la-da”; “And I love her”). Como se precisasse, Paul ainda recorre a clichês como o de “agora só os homens/agora só as mulheres” no coro de “Hey jude”. Tudo bem. Com tanta história nas costas e energia no presente, não faz mal um ou outro lugar-comum. Então segura esse: Paul McCartney faz chover.
Setlist:
“Eight days a week”
“Save us”
“All my loving”
“Listen to what the man said”
“Let me roll it”
“Paperback writer”
“My valentine”
“1985”
“The long and winding road”
“Maybe, i'm amazed”
“I've just seen a face”
“We can work it out”
“Another day”
“And i love her”
“Blackbird”
“Here today”
“New”
“Queenie eye”
“Lady Madonna”
“All together now”
“Lovely Rita”
“Everybody out there”
“Eleanor Rigby”
“For the benefit of Mr. Kite”
“Something”
“Obladi oblada”
“Band on the run”
“Back in the USSR”
“Let it be”
“Live and let die”
“Hey Jude”
Primeiro bis
“Day Tripper”
“Hi hi hi”
“I saw her standing there”
Segundo bis
“Yesterday”
“Helter skelter”
“Golden slumbers”
“Carry that weight”
“The end”
 
G1
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