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Vereador se irrita e dá tapa na cara de marceneiro em Câmara
Notícias Região
Publicado em 04/03/2015

'Ele merece', diz parlamentar que alegou ter sido chamado de vendido. Vítima de agressão em Franca não comenta caso, mas quer providências.

veretapa

Com um tapa na cara, um vereador revidou as declarações dadas por um marceneiro que acompanhava a sessão da Câmara de Franca (SP) nesta terça-feira (3). Luiz Vergara (PSB) agrediu o espectador enquanto ambos discutiam, logo depois que o parlamentar anunciou ser o novo líder da bancada de apoio ao prefeito Alexandre Ferreira (PSDB)

Após bater no marceneiro, de dentro da área reservada aos vereadores, o parlamentar virou as costas para o agredido e voltou para o plenário. A agressão fez com que os óculos do espectador voassem.

Vergara, que alegou ter sido acusado pelo homem de ter se vendido por sua decisão política, confirmou que o eleitor mereceu a agressão e registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil por ameaça e difamação. O agredido não quis dar entrevista ao G1, mas informou, por telefone, que analisa que providências tomará em relação ao ocorrido.

A Presidência da Câmara não confirmou, mas cogitou a possibilidade de a Comissão de Ética do Legislativo apurar a postura do parlamentar. Se isso acontecer, ele poderá sofrer sanções, dentre elas a perda do mandato, segundo o Legislativo.

'Ele merece', diz vereador
Vergara diz que começou a ser ofendido pelo marceneiro ainda enquanto falava da tribuna. Na mesma sessão, ele anunciou oficialmente que se tornou líder do prefeito de Franca na Câmara.

Ao terminar seu pronunciamento, o vereador foi até a galeria, em frente ao plenário, para atender uma mulher que o havia chamado. Em seguida, ele disse ter sido interrompido e abordado pelo cidadão que, segundo o parlamentar, perguntou por quanto ele havia se vendido para assumir seu apoio ao Executivo. Fato que o irritou e resultou na agressão.

"Ele estendeu o dedo e disse ‘o senhor valeu quanto?’. Isso também estava escrito nas redes sociais. Ele colocou em xeque minha idoneidade. Eu nunca me vendi e não tenho valor a ser pago, como ele sugeriu", afirmou.

Segundo Vergara, o mesmo homem já o havia provocado na semana anterior, ao mostrar-lhe notas de dinheiro enquanto ele discursava. "Chega uma hora que não tem como segurar a onda. Chegou a hora de dar um basta. Estou tranquilo em relação ao que aconteceu. Ele merece", disse.

'Tudo muito rápido'
A dona de casa Rejane Silva Barbosa, que conversava com o Vergara quando o homem se aproximou, contou que pediu calma aos dois. "[O cidadão] não estava nervoso, mas foi autoritário, agressivo. Ainda falei para Vergara não aceitar a provocação e tentei voltar para o assunto que estávamos conversando. Mas nisso ele foi questionado mais uma vez e já deu o tapa. Foi tudo muito rápido", lembrou.

Ainda segundo ela, o parlamentar avisou que bateria no homem caso ele continuasse a acusá-lo. "Eu não ouvi o homem fazer nenhum ofensa moral, o que ouvi foi ele questionar de forma agressiva. Tanto que na hora eu assustei. Não achei que o vereador fosse perder o controle."

Caso de polícia
Vergara informou ter registrado boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial de Franca por difamação e ameaça. No documento, ele relatou que vem sendo perseguido pelo cidadão com ofensas contra sua honra e dignidade, além de se sentir ameaçado física e moralmente. De acordo com ele, o agredido usou um perfil na internet para fazer as ofensas a ele. Outros colegas da Casa, segundo o vereador, também foram ofendidos.

“Nosso problema com ele não começou hoje. Ele vem provocando o Legislativo há mais de anos. Ele acha que pode xingar todo mundo", afirmou Vergara, que não acredita que receberá punições administrativas pelo ato.

Comissão de Ética
Por outro lado, o presidente da Câmara, Marco Antônio Garcia (PPS), confirmou que Vergara pode ser alvo de uma apuração por parte da Comissão de Ética do Legislativo.

"Infelizmente, o vereador não poderia ter perdido o ponto de equilíbrio. O que pode acontecer agora é qualquer cidadão ou parlamentar chamá-lo à Comissão de Ética, que ouvirá os dois lados. Entre as penalidades previstas, estão a advertência, uma suspensão ou até a cassação do mandato", explicou.

O agredido
Procurado pelo G1, o homem agredido pelo vereador não quis dar entrevista, mas disse que não definiu que providências vai tomar sobre o caso. (G1)

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